• Carregando...

O Ministério da Educação (MEC) deve anunciar na quarta-feira a nova data para a realização do Exame Nacional do Ensino Médio (Enem). Marcado para ocorrer anteontem e ontem, o Enem foi cancelado por causa do vazamento da prova ocorrido na semana passada, em São Paulo. Mais de 4,1 milhões de candidatos se inscreveram no teste, que neste ano serve de requisito para ingresso em 43 de 55 universidades federais.

A nova data sairá de uma reunião com reitores das universidades e o comitê gestor do Enem, marcada para hoje. Mas só será anunciada oficialmente após uma reunião entre o Inep e o Consórcio Connasel, contratado pelo MEC responsável pela aplicação do exame, também marcada para amanhã. Caso haja ruptura do contrato, o MEC terá de consultar o Minis­tério da Justiça para acionar a Força Nacional.

Segundo o ministro da Educa­ção, Fernando Haddad, a data mais viável seria um fim de semana na segunda quinzena de novembro. Por este motivo vai propor o adiamento do vestibular de algumas universidades para evitar a coincidência de datas e permitir que a nota do Enem seja usada como critério de admissão, sem prejuízo aos alunos.

Se a fórmula for rejeitada, o MEC pode realizar o exame em dois dias úteis, que seriam transformados em feriado escolar excepcional. "Estamos apurando todo o calendário de vestibulares e outros concursos, como o do IBGE, para compatibilizar as datas", enfatiza.

PF procura terceiro suspeito

A Polícia Federal procura o terceiro investigado pelo vazamento das provas do Enem:Felipe Pradella. Se até amanhã ele não se apresentar, a PF vai pedir à Justiça Federal sua prisão.

Segundo reportagem publicada pelo jornal O Estado de S.Paulo, foi Pradella quem conseguiu as provas e as repassou para o DJ Gregory Camillo de Oliveira Craid, de quem é amigo pessoal. Gregory e o empresário Luciano Rodrigues foram ouvidos no sábado pela PF e indiciados por violação de sigilo funcional.

A PF ainda investiga se Pradella é segurança do Consórcio Nacional de Avaliação e Seleção (Connasel) ou se coordenava o manuseio dos cadernos de questões. No depoimento à PF, Gregory disse que o plano era vender o exame "para repórteres" e "levantar um dinheiro". Disse ainda que, após Pradella lhe entregar as provas, procurou Rodrigues, publicitário e dono de uma pizzaria nos Jardins.

Durante o encontro na pizzaria, na terça-feira passada, Gregory e Rodrigues decidiram divulgar as provas para a imprensa por considerar "um furo jornalístico de grande importância".

Foi Rodrigues quem indicou os nomes e os telefones de jornalistas para ajudar os amigos no vazamento da prova.

Com o exame em mãos, Gre­gory e Pradella procuraram a re­­portagem do jornal O Estado de S. Paulo na quarta-feira passada para tentar vender o documento por R$ 500 mil. O jornal recusou a oferta e denunciou o caso ao Minis­tério da Educação, que cancelou o Enem.

Ontem, a gráfica paulista contratada pelo consórcio para a impressão das provas do Enem negou que um dos investigados pelo vazamento do caderno de questões seja seu funcionário. A Plural, uma parceria do Grupo Folha com a empresa americana Quad/Graphics, afirma em nota divulgada no sábado que foi procurada pela Polícia Federal para prestar informações sobre um dos investigados, mas não divulgou o seu nome.

0 COMENTÁRIO(S)
Deixe sua opinião
Use este espaço apenas para a comunicação de erros

Máximo de 700 caracteres [0]