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O prédio número 1 da Rua Luiz Leão, no centro de Curitiba, é a sede da Casa do Estudante Universitário. Lá estão hospedados cerca de 300 moradores que pagam mensalidades de R$ 105 para ter acesso a um quarto com armário, mesa, cama, e prateleira para livros. O valor também custeia o café da manhã, que inclui leite, café e um pão, além das despesas com água e luz. Os banheiros coletivos contam com água quente, mas é fácil encontrar vasos quebrados e chuveiros interditados. O mobiliário está igualmente deteriorado, assim como a quadra de esportes destinada à recreação.

O estudante de Ciências Sociais, Bohdan Metchko Filho, gostaria de incluir frutas nas refeições, ver os banheiros funcionando e construir uma cobertura para a quadra esportiva. Desde sábado, ele tem um pouco mais de poder para reclamar essas melhorias: foi empossado presidente da CEU. "Toda a infra-estrutura física está comprometida. É necessária uma reforma elétrica e hidráulica completa. Em banheiros que têm cinco chuveiros, apenas um funciona", diz. Ele conta, ainda, que não tem registro de qualquer reforma no espaço desde sua inauguração, no dia 26 de abril de 1956, pelo então presidente Juscelino Kubitschek (o governador do Paraná era Moisés Lupion). Metchko pretende aproveitar o cinqüentenário para fazer uma celebração e mobilizar a sociedade civil e seus representantes.

A intenção é chamar personalidades da vida pública paranaense como Orlando Pessuti e Edésio Passos, ex-moradores da casa, para "provocar uma sinergia, um acúmulo de esforços para dar cabo a essa reforma no espaço". Na cerimônia de posse da nova diretoria estiveram presentes os vereadores André Passos e Jorge Bernardes, as deputadas federais Dra. Clair e Selma Schones, além do reitor da Universidade Federal do Paraná (UFPR), Carlos Augusto Moreira Jr.

A Federal já desenvolveu trabalhos em parceria com a CEU, na elaboração do orçamento para reforma completa do edifício. "Cerca de 60% dos moradores são alunos da UFPR. Por isso entendemos que essa instituição tem de arcar com parte da responsabilidade", comenta Metchko. O orçamento, que prevê investimentos na ordem de R$ 3 milhões este ano, foi entregue no mês de fevereiro nas mãos de Fernando Haddad, ministro da educação. "As ações do governo federal criam políticas afirmativas para facilitar a incursão do estudante de baixo poder econômico ao ensino superior. O que nos falta hoje é também uma política em relação à permanência desses estudantes. Moradia, em outras palavras", diz o presidente do CEU. O documento também foi enviado ao vice-governador do Paraná, Orlando Pessuti.

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