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O Sindicato dos Agentes Penitenciários (Sindarspen) afirma que o sistema prisional do Paraná está fragilizado. Na Penitenciária Central do Estado (PCE), em Piraquara, dez agentes penitenciários são responsáveis pela ordem e atendimento de 1.525 presos durante à noite. Segundo o Sindarspen, a situação se repete em todos os presídios do estado e o problema não está restrito ao período noturno. Durante o dia, a situação é a mesma, de forma mais amena. "O efetivo é pouco. Coloca em risco todo o sistema penitenciário do Paraná", afirma o presidente do Sindarspen, Gláucio Borba.

O motivo do problema seria a nova escala de trabalho adotada pelo governo estadual dentro dos presídios. Desde 20 de fevereiro, a escala de 24 horas de trabalho para 48 de folga foi substituída por 12 por 36 horas. A principal causa da mudança seria a contenção de gastos. Borba explica que isso fez com que o número de equipes aumentasse e, em conseqüência, o total de agentes nos grupos fosse reduzido. "O descontentamento é geral na categoria, o que está desestruturando a segurança, o atendimento e a qualidade do serviço", afirma.

Antes da nova escala, 40 agentes penitenciários atendiam a PCE em todos os turnos. O que acontece na Colônia Penal Agrícola (CPA), em Piraquara, não é diferente. Os cerca de 900 detidos eram atendidos por 15 carcereiros, agora, o número caiu para oito por turno. Na Prisão Provisória de Curitiba (PPC), no bairro Ahú, 10 agentes são responsáveis pelos 950 presos à noite. Com poucos agentes em cada turno, o trabalho no interior dos presídios fica comprometido. Os carcereiros não têm segurança suficiente para intervir em qualquer situação de risco.

Para piorar, segundo Borba, quase todos os agentes penitenciários participam de uma "operação tartaruga". "Quase 99% estão de braços cruzados, só fazem o trabalho essencial", revela o presidente Sindarspen. "Enquanto o governador e o estado não nos chamarem para chegarmos a um consenso a situação tende a piorar", alerta Borba. A reportagem da Gazeta do Povo procurou a Secretaria Estadual da Justiça para obter resposta do governo. De acordo com a assessoria, o coordenador do Departamento Penitenciário, coronel Honório Olavo Bortolini, encontra-se em viagem e com comunicação restrita. Ele estará disponível para entrevista na próxima terça-feira.

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