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A implantação do ensino fundamental de 9 anos no Paraná está confundindo pais e professores das crianças menores de 6 anos e as que poderiam ingressar na 1.ª série do ensino fundamental no ano que vem – e também gerando polêmica entre as instituições de ensino.

O Colégio Medianeira, por exemplo, e outras 15 escolas que integram o projeto Parcerias, um grupo de escolas particulares criado para discutir a política de educação, devem entrar na Justiça com um mandado de segurança para tentar garantir o direito de manter o atual modelo (de oito anos).

Os pais estão desorientados. Ana Cristina Dalla Lasta, mãe de Ana Laura, acha que as crianças não sabem o que está acontecendo. "Minha filha vai fazer 6 anos em 1.º de abril e tenho a impressão de que ela vai perder um ano da vida escolar. Ela está no pré III e no ano que vem não poderá avançar, tendo que fazer de novo o pré III", explica.

Para Márcia Helena do Valle Guimarães, mãe de Júlia Gabriela, de 6 anos, a mudança não fará muita diferença. "A criança pode ser alfabetizada no pré III e depois o conteúdo ser reforçado no primeiro ano. Acho que, no fim, vai dar no mesmo."

Mônica Barddal é mãe de Gabriel, de 5 anos, e professora do jardim I. Pela nova lei, Gabriel vai continuar no pré II no próximo ano por causa da data de seu aniversário, em 31 de março. Mesmo assim, a professora acha a mudança positiva, e que a postura dos professores e das escolas vai definir o sucesso ou fracasso do novo sistema.Ela conta que todos os anos depara com situações de crianças que, apesar da pouca idade, têm condições de avançar no sistema educacional. "Tive uma aluna que faz aniversário em junho e, pelo desenvolvimento dela, poderia ser matriculada no jardim II. Mas não tinha idade suficiente". O colégio orientou os pais a deixá-la no jardim I mais um ano. "Acho que esta aluna está mais feliz convivendo com crianças da sua idade, do que se estivesse com crianças mais velhas, no jardim II", considera.

Outros pais estão preocupados com a ruptura das amizades: "Minha filha vai completar 6 anos em janeiro e vai continuar no jardim III. Ela estuda no mesmo colégio há 3 anos e não vai poder acompanhar os amiguinhos", ilustra Hemerson Bertassone Alves. Ele disse ainda que está esperando o posicionamento do colégio, mas já está pensando em entrar na Justiça para garantir a matrícula da filha no 1.º ano. "Só aceitaria deixar a minha filha na mesma série se fosse orientação pedagógica. Mas ela lê, escreve e pode continuar em frente."

O vice-diretor do colégio Medianeira, Adalberto Fávero, diz que as crianças têm direito adquirido. "Várias considerações do novo modelo são interessantes. Discordamos da maneira como a transição está sendo proposta, que na nossa opinião deveria levar dois anos. As crianças do pré III deveriam ser enquadradas no sistema antigo", defende.

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