• Carregando...

Quem for ao Aeroporto Internacional Afonso Pena, em São José dos Pinhais (região metropolitana de Curitiba), hoje de manhã, deve se deparar com uma cena que já virou rotina: filas, muita confusão e vôos atrasados. Uma nova falha no sistema de rádio do Centro Integrado de Defesa Aérea e Controle do Espaço Aéreo (Cindacta-2), em Curitiba, que deixou os controladores de vôo sem comunicação com os pilotos entre 14h20 e 15h30 de ontem, sinaliza mais um dia de caos no Afonso Pena. Foi a quarta pane desde o dia 11 de dezembro, quando uma queda de energia deixou o sistema fora do ar por uma hora, e a terceira nos últimos três dias. O Cindacta-2 é responsável pelo gerenciamento do espaço aéreo no Sul do país.

Segundo a Agência Nacional de Aviação Civil (Anac), a última pane deve ser sentida com verdadeira intensidade hoje, com possibilidade de atrasos e cancelamentos de vôos em todos os aeroportos da Região Sul. Um tumulto semelhante ao ocorrido no fim de semana, resultado de duas falhas ainda na sexta-feira que deixaram o sistema fora do ar por aproximadamente 2h25: primeiro entre 14 horas e 14h25 e depois das 18 às 20 horas.

Por conta disso, um efeito cascata teve início no aeroporto de Curitiba e se espalhou por Florianópolis, Porto Alegre, Congonhas (SP) e Rio de Janeiro.

Dos 129 vôos previstos no Afonso Pena entre às 18 horas de sexta-feira e às 16 horas de ontem, oito foram cancelados e 28 sofreram atrasos, alguns de até quatro horas, de acordo com os últimos três boletins divulgados pela Anac. No sábado, passageiros revoltados com os atrasos e cancelamentos no embarque registraram boletins de ocorrência na polícia em protesto contra as companhias aéreas.

Ontem à tarde, passageiros que tentavam embarcar no Afonso Pena ainda sentiam os prejuízos da pane de sexta-feira. Entre o início da madrugada de domingo e às 16 horas, dois vôos estavam atrasados e três haviam sido cancelados. Por volta das 16 horas, as filas que já se formavam nos postos de check-in das companhias e no portão de embarque começaram a aumentar de forma muito rápida, evidenciando que uma nova falha estava em andamento.

Situação difícil para o engenheiro curitibano Luciano Furuti. Ele precisava visitar o pai doente, em Foz do Iguaçu, e aguardava um lugar em um vôo desde o início da tarde. "O meu embarque estava marcado para 13h06, mas foi atrasado para 16h20. Recebi então a notícia de que o vôo havia sido cancelado e que eu tinha sido lotado em outro às 17h40. Só que ele também atrasou e agora só está previsto somente para 20h20. Por enquanto vou me informando do estado de saúde de meu pai apenas pelo telefone", lamenta Furuti, que reclama da falta de informação e da conduta da companhia aérea. "Não me ofereceram nenhuma alternativa à minha necessidade. Pedi para ser relocado em outra companhia e não fui atendido". O engenheiro pretende entrar com uma reclamação à Anac e ação judicial contra a companhia.

Vistoria

Por conta dos problemas, uma equipe da Aeronáutica, especialista em rádio-comunicação, foi deslocada de Brasília para Curitiba. Desde a tarde de sábado, os técnicos trabalham junto com a equipe do Cindacta-2 para encontrar o problema que causou a pane no sistema de comunicação entre as aeronaves e o centro de controle de tráfego, mas nenhuma informação sobre o trabalho foi repassada pela Aeronáutica ontem. Apenas limitou-se a dizer que não há previsão de quanto tempo a equipe de especialistas deve ficar em Curitiba.

0 COMENTÁRIO(S)
Deixe sua opinião
Use este espaço apenas para a comunicação de erros

Máximo de 700 caracteres [0]