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Nova Tebas, na região Centro-Oeste do Paraná, é um exemplo de município que não consegue andar com as próprias pernas. Desmembrada de Pitanga em 1989, a cidade tem apenas três médicos para seus 9,5 mil habitantes, carentes de todo tipo de serviço público, a começar pela dificuldade de acesso a cidades maiores, já que está isolada dos vizinhos por conta das péssimas condições da estrada. Repasses estaduais e federais respondem por 90% do orçamento anual de R$ 7,2 milhões, dos quais R$ 2,3 milhões são gastos na folha de pagamento dos 330 funcionários. Segundo o Censo 2000, 31% da população de Nova Tebas vive abaixo da linha da pobreza.

Cleusa José Francisco Alves, 38 anos, tem cinco filhos e sobrevive da ajuda do Programa de Erradicação do Trabalho Infantil (Peti). Os R$ 175 que recebe mal dão para comprar o que comer. "Passo muitas dificuldades, já aconteceu de faltar comida para colocar na panela." Sem condições de comprar um botijão de gás por mês, Cleusa improvisou um fogão a lenha no lado de fora de casa e se obriga a carpir lotes para ajudar no orçamento doméstico. "Quando aparece trabalho eu não dispenso porque é a única forma de ajudar no sustento de casa."

Para o prefeito de Nova Tebas, Djalma Ferreira de Aguiar (PT), que assumiu a prefeitura há pouco mais de quatro meses por decisão judicial, a falta de condições dos pequenos municípios está relacionada à inexistência de um programa estadual de geração de empregos. "Se houvesse esse tipo de incentivo, as pequenas cidades poderiam caminhar com as próprias pernas."

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