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Ponta Grossa – Nova Tebas, na região Central do Paraná, já figurou no nada glorioso ranking das três cidades brasileiras que mais perdem população. E agora, com a divulgação de mais uma contagem do Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE) se mantém no posto de município paranaense que registra maior esvaziamento. A redução é de 41%. Nova Tebas já teve 21,4 mil habitantes, mas agora registra 8,2 mil moradores. Não foi atingida por nenhum desastre natural ou algo equivalente. Os moradores da cidade não sabem porque as pessoas deixam a cidade.

Entre os planos da prefeitura nem estão estratégias para atrair novos moradores. Basta não perder mais. Para o prefeito afastado, Djalma Ferreira de Aguiar (PT), a diversificação agrícola começa a dar os primeiros resultados, ajudando a fixar o agricultor na zona rural. "Mas os jovens estão mesmo indo embora", reconhece. A redução brusca deixou a cidade com uma estrutura física na área de educação mais que suficiente. São cinco colégios estaduais e seis escolas municipais. A área urbana tem cinco quadras por cinco quadras.

Vivenciando uma realidade oposta está Itaipulândia, na região Oeste. A cidade dobrou de tamanho nos últimos 11 anos. Passou de menos de 4 mil para 8,5 mil habitantes. O motivo, em boa porção, pode ser explicado pela fartura de recursos. O município consegue investir em infra-estrutura urbana porque recebe royalties da Usina Hidrelétrica de Itaipu. Christiano Antonio Ceconello, responsável por projetos governamentais da prefeitura, espera que a explosão demográfica seja freada para que a administração municipal consiga se planejar para atender as demandas da população. O maior crescimento aconteceu entre 1997 a 2003, forçando investimentos imediatos. De uma creche com 20 crianças, agora tem três com 80 alunos cada.

Hoje a cidade tem até secretaria municipal de Planejamento – estrutura que não se encontra facilmente na maioria dos municípios com menos de 10 mil moradores. Mas o cenário era muito diferente há pouco tempo. As casas não tinham numeração e não havia carteiro para entregar as correspondências. Adílson da Silva, 29 anos, nasceu em Itaupulandia. "Era uma cidade pacata, chamada de fim de linha. Todo mundo se conhecia. Mas agora é diferente Não se conhece tanta gente. Não tinha hospital, ginásio de esporte, colégio. Só tinha praça para passear, hoje tem lanchonetes e o Natal é muito bonito", conta. O morador satisfeito relata que não pensa em morar em outro lugar.

Onze anos depois, Turvo está praticamente do mesmo jeito. Pelo menos em número de habitantes. A cidade da região Central do Paraná tem um morador a menos do que tinha na contagem feita pelo IBGE em 1996. Moradores, que preferem não se ser identificados, admitem que a cidade parou no tempo. Não é o que pensa, Zaida Maria Vacaro Saraiva, 43anos. Ela mora na cidade há 17 anos e diz que "quem tomou a água de Turvo sempre volta".

Ricardo Scatolin, 21 anos, é um dos habitantes que o município perdeu. Há dois anos, ele deixou a cidade acreditando que não havia campo de trabalho e escolheu Porto Alegre (RS) para morar. Confessa que sente saudades dos amigos e que volta, a passeio, sempre que pode. Mas não pretende voltar para ficar.

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