• Carregando...

As imagens de tortura no interior do 20.º Batalhão de Infantaria Blindado (BIB), em Curitiba, divulgadas no Fantástico, no domingo passado, podem provocar novas denúncias nos próximos dias. Pelo menos uma será feita hoje, às 13 horas, pela assistente financeira Isabel Castilho Avelino, 38 anos. Ela é mãe de Rodrigo Castilho Avelino, 19 anos, um dos soldados do 20.º BIB. "Um capitão colocou água no coturno do meu filho, após ele machucar o pé numa instrução, só porque ele pediu ajuda", afirmou Isabel.

Isabel pretende entrar hoje no quartel com o filho e pedir a sua baixa (saída) o mais rápido possível. "Eu não queria que o meu filho servisse, agora piorou. Além dos maus-tratos do capitão, ele já sofreu outras agressões, levando tapas na nuca e na orelha, por motivos banais", disse a mãe.

Investigações

Por enquanto, o Exército investiga apenas as denúncias, feitas pelo Fantástico, de tortura contra novos sargentos, chamados de "lobinhos", em agosto deste ano. A primeira audiência no caso dos sargentos será realizada hoje, às 14 horas, no 5.º Batalhão de Logístico (Belog).

Segundo o tenente-coronel Ilton Barbosa, presidente do inquérito policial militar (IPM) que apura as denúncias, a primeira audiência do inquérito contra os sargentos terá o objetivo de identificar, oficialmente, as pessoas que aparecem nas imagens divulgadas na tevê. "Convoquei dois militares que não estão envolvidos. A idéia é passar as imagens, quadro a quadro, e identificar os envolvidos. Depois disso, vamos ouvir os ofendidos (os lobinhos)", disse o tenente-coronel.

Um dos envolvidos no episódio, o sargento Giovanni Moscatelli, repetiu que tudo não passou de uma brincadeira. Mas o tenente-coronel Barbosa classificou como inadmissível e repugnante o que as imagens mostram, embora vá aguardar as investigações para se posicionar sobre o futuro dos 12 sargentos suspeitos de participar do misto de "trote" com tortura no batalhão.

Os sargentos envolvidos no episódio foram afastados de suas funções. Segundo um oficial da unidade, eles foram transferidos para o 5.º Belog, no bairro Bacacheri, onde foi instaurado o inquérito policial militar para apurar o caso.

0 COMENTÁRIO(S)
Deixe sua opinião
Use este espaço apenas para a comunicação de erros

Máximo de 700 caracteres [0]