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Obrigatoriedade de faixas exclusivas para bicicletas visa reduzir o número de acidentes. Paraná tem alto índice de morte de ciclistas nas estradas | Daniel Castellano/Gazeta do Povo
Obrigatoriedade de faixas exclusivas para bicicletas visa reduzir o número de acidentes. Paraná tem alto índice de morte de ciclistas nas estradas| Foto: Daniel Castellano/Gazeta do Povo

13 Mortes de ciclistas são registradas por ano em Curitiba desde 2010. A capital concentra o maior índice de acidentes do estado envolvendo pessoas em bicicletas. Nas rodovias estaduais do Paraná, houve 23 mortes desde 2012. No mesmo período, 32 ciclistas morreram nas estradas federais que cortam o estado.

Prioridade

Acidentes com ciclistas estão cada vez mais comuns nas rodovias

Os acidentes envolvendo ciclistas estão cada dia mais comuns e com bastante frequência em rodovias até pelo número grande de trabalhadores que passou a usar a bicicleta para se deslocar, porém sem a segurança devida. Em Curitiba, desde 2010 tem ocorrido uma média de 13 a 14 mortes por ano.

Nas estradas estaduais do Paraná, as mortes de ciclistas chegaram a 23 nos últimos dois anos. Já nas rodovias federais que cortam o estado, esse número salta para 32 no mesmo período.

Conforme o artigo 58 do Código de Trânsito, o ciclista deve transitar no mesmo sentido de fluxo dos automóveis e quando não houver ciclovia ou acostamento a prioridade na pista é dele.

Na BR-277, campeã quando se trata de mortes de ciclistas, as placas de sinalização que alertavam motoristas sobre a presença de ciclistas foram retiradas em fevereiro. A concessionária Ecovia, responsável pelo trecho, alega que a placa não estava de acordo com o manual do Departamento Nacional de Infraestrutura e Transporte (Dnit). Ou seja, não obedecia as regulamentações técnicas.

Alternativa de mobilidade que tem cada vez mais adeptos, as bicicletas começam a ganhar importância. A partir de agora, todas as obras de duplicação e construção de rodovias no Paraná devem obrigatoriamente incluir ciclovias. A medida faz parte do programa Ciclo Paraná, lançado pelo governo estadual.

Acompanhe as obras das ciclovias no estado

Até 2015, o governo pretende construir 90 quilômetros de ciclovias em várias regiões do estado. O custo será de responsabilidade do próprio governo ou de empresas responsáveis pelas obras. Em curto prazo estão previstas ciclovias na Região Metropolitana de Curitiba, Noroeste e Norte do estado. Algumas obras devem ser inauguradas este ano, incluindo a da PR-415, entre Pinhais e Piraquara.

Outra obra no papel é uma ciclovia de 25 quilômetros entre Paiçandu e Francisco Alves, em um sistema de parceria público-privada. A ciclovia envolve pelo menos 14 municípios em trechos urbanos.

Além das obras em execução (ver infográfico) estão em projeto ciclovias para os trechos Mauá da Serra-Londrina, Mauá da Serra-Guarapuava e Santo Antônio da Platina-Jaguariavia. Para a BR-277, rodovia federal com maior índice de ciclistas mortos, ainda não há ciclovia prevista.

Segurança

De acordo com a Secretaria de Infraestrutura e Logística (Seil), o valor das ciclovias varia de acordo com a necessi­­dade de desapropriação e ou da qualidade do terreno. Algumas áreas, por exemplo, é preciso colocar britas e pedras. Em média, o custo da ciclovia gira em torno de R$ 450 mil o quilômetro.

Parte do dinheiro para financiar algumas obras está sendo pleiteado junto ao Banco de Desenvolvimento Interamericano (BID). A construção de vias marginais, ciclovias e calçadas fazem parte da exigência do banco para a liberação do financiamento.

Vice-presidente da Fede­­ração Paranaense de Ciclismo e coordenador do programa CicloVida, da Universidade Federal do Paraná (UFPR), José Carlos Belotto diz que o movimento cicloativista já vem pedindo que toda futura obra viária inclua ciclovias tanto urbanas quanto em rodovias. Muitas rodovias passam por trechos conurbados de cidades. Por isso muita gente acaba usando a bicicleta no dia a dia, mas circula em acostamentos. "É ótimo porque é uma defesa nossa", pontua. Belotto diz que a iniciativa é louvável, mas é preciso consultar os ciclistas para que se dê o aval em relação ao tipo de infraestrutura proposta.

Arquiteto, urbanista e pro­­fessor da Universidade Es­­ta­­dual de Maringá (UEM), Thiago Botion Neri diz que o projeto é positivo. No entanto, como qualquer política pública trará resultado a médio e longo prazos. "Com uma estrutura implantada e passando por locais de interesse dos usuários, aumentará o conforto e, principalmente, a segurança viária dos ciclistas, um dos fatores chave para o estímulo ao uso das bicicletas como modo de transporte", diz.

Para ele, é importante que as ciclovias fiquem separadas das rodovias por um canteiro e que tenha travessias seguras. O professor também destaca a importância das ciclovias terem sinalização, iluminação, estacionamentos e redutores de velocidade para veículos em cruzamentos.

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