O investimento na educação é uma obrigação do Estado e os recursos são sempre bem vindos pelas instituições. Contudo, especialistas afirmam que o uso do dinheiro público nas universidades deve levar em conta critérios que satisfaçam a demanda existente, sem deixar de lado a qualidade do ensino e da formação oferecidos.
Professor de Economia no Centro Universitário São Camilo (SP) e especialista em Gestão Universitária, o economista Edélcio Sardano ressalta que o investimento feito para aumentar o número de vagas em qualquer universidade deve ter como meta atender à demanda. "Para que se aproveite bem o dinheiro público, é preciso gastá-lo com o que se precisa", afirma. Sardano diz que é preciso dedicar tempo para constatar quais são os horários, os cursos e a estrutura adequada para despertar o interesse do público jovem.
Ele explica que é o mercado que determina o tipo de profissional que quer empregar. Não adianta criar vagas em graduações que não despertam interesse ou em horários que não podem ser frequentados pelos alunos. "É preciso estar atento ao que se chama de condição de oferta. É preciso ver o horário, os cursos, ter porteiro, biblioteca, segurança, cantina, ambulatório médico. É uma oferta que vai ao encontro da demanda?", questiona.
Qualidade
Doutor e pós-doutor em Administração Universitária e professor de graduação e pós-graduação em Administração na Pontifícia Universidade Católica do Paraná (PUCPR), Victor Meyer Júnior elogia a iniciativa do governo, mas defende que o investimento leve em consideração a qualidade do ensino. "As universidades, de uma forma geral, estão formando profissionais com uma qualidade bastante discutível. Os estudantes saem com um certificado, mas sem o conhecimento que o setor produtivo exige", afirma.
Para ele, um ensino superior deve envolver uma seleção criteriosa de alunos, seguido por currículos atualizados, professores que agreguem valor e estejam sintonizados com o mercado de trabalho e sociedade e que haja estrutura física adequada.
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