Nove morrem por afogamento no feriadão

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Nove pessoas morreram afogadas em Curitiba e região durante o último fim de semana prolongado: foram 3 mortes em rios, 2 em cavas, 2 em barragens e 2 em piscinas. Segundo o comandante do Grupo de Ope­rações de Socorro Tático, major Samuel Pres­­tes, a imprudência está entre as principais causas dos afogamentos.

Ainda segundo Prestes, a ingestão exagerada de bebidas alcoólicas facilita a ocorrência dos acidentes. "Com o calor, mais gente consome álcool e depois vai se refrescar nos rios. Ocorre assim a perda do reflexo e consequentemente há afogamentos."

Apesar de os casos serem mais frequentes em rios, as cavas (lagos artificiais que se formam no solo após a extração de areia e argila) são consideradas mais traiçoeiras. Elas são resultado da expansão da construção civil e têm sua utilidade: boa parte do volume da água da chuva é contida pelos bolsões de água que se formam no local, evitando o transbordamento dos rios.

"No início, elas têm 50 centímetros de diâmetro, depois vão aumentando para 1 ou 2 metros, e a pessoa que costuma nadar ali não se dá conta do perigo" alerta Prestes. Além da profundidade, que sempre parece menor aos olhos do banhista, muitas cavas são habitat de vegetação subaquática e acumulam outros materiais que podem acabar prendendo os pés da pessoa.

A sujeira das águas também é outro motivo para não se aventurar nesses locais. A água, em contato com a urina de animas, pode causar leptospirose, e a ingestão do líquido pode acarretar várias doenças gastrointestinais.

O número alto de pontos onde é possível nadar torna a fiscalização praticamente impossível. Se­­gun­­do o oficial do Corpo de Bom­­beiros, major Carlos Alberto Mas­­carenhas, é difícil fazer o controle dos locais inapropriados para ba­­nho. Já o major Prestes afirma que as ocorrências desse tipo têm diminuído na capital, justamente porque há maior fiscalização, e que os maiores problemas ocorrem na região metropolitana, em lugares mais afastados. "Isso, inclusive, favorece os atos de violência. Há muitas pessoas que vão nadar em locais afastados, sem policiamento, e acabam sofrendo violência física ou até morrendo. E, nesses casos, o agressor acaba escondendo o corpo no próprio local."

Uma das medidas sugeridas pelo Corpo de Bombeiros para tentar coibir a prática é a instalação de placas que informem a profundidade e o risco de se nadar em local impróprio. De acordo com os oficiais, entretanto, a solução passa pela conscientização.

Segundo o major Prestes, quem presencia um afogamento não deve pular na água. A melhor forma de ajudar é permanecer em terra e encontrar algum suporte ou objeto que possa ser jogado na água e no qual a pessoa possa se agarrar. "Já houve um caso em que uma criança caiu em um rio e cinco pessoas pularam para salvar. Todas morreram e a criança só foi salva porque alguém permaneceu fora e jogou uma toalha para ela segurar."