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Conselhos reclamam patrulha e atenção

Outra promessa da Secretaria de Segurança Pública que ainda não saiu do papel é a criação da Patrulha Rural em São José dos Pinhais. O compromisso foi assumido em 6 de janeiro, mas até agora ficou só no discurso. "A gente não quer mais promessa. Queremos atitudes concretas pela segurança pública na região metropolitana", diz Jaiderson Rivarola, primeiro secretário do Conselho Comunitário de Segurança de São José dos Pinhais. Segundo ele, as áreas mais problemáticas da zona rural no município são Mergulhão, Colônia Muricy, Contenda, Córrego Fundo, Avencal e Saltinho. "Praticamente todas as comunidades rurais são afetadas", afirma. A Polícia Civil é outro problema na RMC. A Sesp deu início a uma mudança, com troca de agentes e delegados, mas, segundo representantes dos Consegs, falta investigação dos crimes. "Estão trocando, mas só isso não basta", afirma Jaiderson Rivarola. "Não adianta a Polícia Militar prender e esse pessoal não ser investigado. A população vai até a polícia e não quer só registrar boletins de ocorrência, quer que o crime seja investigado. Queremos que a polícia dê atenção ao cidadão."

Sérgio Skiba, presidente do Conseg Pinhais, cita ainda a superlotação das delegacias na RMC. O número de detentos não é repassado pela Sesp. A União da Polícia Civil, que até 2004 fazia levantamentos periódicos, diz que não possui mais números. "Todas as delegacias estão sucateadas. E não tem investigação porque os policiais têm que cuidar de preso", afirma Skiba. (JML)

A Secretaria de Estado da Segurança Pública (Sesp) ainda não desenvolveu nenhum plano para implantar um novo batalhão da Polícia Militar na Região Metropolitana de Curitiba (RMC). O anúncio de que a RMC ganharia um novo batalhão foi feito pela Sesp no dia 9 de fevereiro, como publicou a Gazeta do Povo na edição do dia 11 do mesmo mês. Mais de dois meses depois, a promessa ainda não saiu do papel. Mais que isso, ainda não há previsão para a proposta se tornar realidade. A RMC é uma das regiões que mais sofrem com a violência no estado. Na última sexta-feira, por meio de sua assessoria, a secretaria informou que não há nenhuma novidade sobre o assunto e que a criação do batalhão ainda está em fase de estudo.

Em fevereiro, a Sesp informou que o secretário da Segurança Pública, Luiz Fernando Delazari, tinha um plano para reforçar a segurança na RMC. Entre as ações previstas estavam a criação do novo batalhão da PM (atualmente há apenas um na região, o 17.º, com sede em São José dos Pinhais), a ampliação do projeto Povo (Policiamento Ostensivo Volante) e a contratação de policiais civis, que reforçariam as delegacias dos municípios mais importantes. Na época, a assessoria da Sesp informou que o plano seria anunciado "nos próximos dias" pelo secretário Delazari, o que até agora não aconteceu.

A falta de perspectivas decepcionou representantes de Conselhos Comunitários de Segurança (Consegs) da RMC. Para Sérgio Skiba, presidente do Conseg Pinhais e da União Estadual dos Conselhos Comunitários de Segurança (Uniconseg), é preciso fazer investimentos com urgência. "O 17.° Batalhão [que atua na RMC atualmente] está com o contingente de dez anos atrás", diz Skiba. "Acho difícil este novo batalhão sair neste ano. Se for para criar um batalhão e dividir os policiais que já atuam na região metropolitana, vai ficar tudo na mesma."

A Sesp não revela o número de policiais militares do 17.°, mas, segundo Skiba, ele é composto por aproximadamente 600 homens. É o número das formações militares modernas: um batalhão é formado por três ou quatro companhias, com um contingente total que varia de 500 a 600 homens. "Em Pinhais, com 12 militares e duas viaturas a mais, a segurança pública melhoraria muito", aponta Skiba.

Reuniões

O advogado Jaiderson Rivarola, primeiro secretário do Conseg São José dos Pinhais, diz que a criação de um segundo batalhão na RMC é uma reivindicação antiga. "A idéia não é da Sesp, é dos Consegs", afirma. "As reuniões dos Consegs têm a presença de oficiais da PM, que ouvem a comunidade, mas precisamos que a polícia tenha o aparato necessário." Para Rivarola, a criação de um novo batalhão não é suficiente: também é necessário repor os policiais que se aposentam no 17.°. "O batalhão diminui a cada ano."

Entre as principais ocorrências de violência registradas na RMC estão homicídios, tráfico de drogas e assaltos a ônibus, mas a Sesp não divulga dados sobre a criminalidade na região. Segundo informações extra-oficiais de policiais civis, os municípios mais violentos da RMC são Colombo, São José dos Pinhais, Pinhais, Almirante Tamandaré e Campina Grande do Sul. Em algumas áreas de Colombo, como Monte Castelo e Alto Maranã, impera a "lei do silêncio".

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