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São José mesclou os sistemas, fazendo a integração física ou temporal com o cartão VEM. Tarifa eletrônica é mais barata | Hugo Harada/ Gazeta do Povo
São José mesclou os sistemas, fazendo a integração física ou temporal com o cartão VEM. Tarifa eletrônica é mais barata| Foto: Hugo Harada/ Gazeta do Povo

Comec estuda ampliar serviço para a região

A Coordenação da Região Metropolitana de Curitiba (Comec), responsável pela organização das linhas metropolitanas, estuda meios de ampliar a integração desses ônibus com a Rede Integrada de Transporte (RIT), gerida pela Urbanização de Curitiba S/A (Urbs). Segundo Gil Polidoro, diretor-presidente do órgão, as discussões técnicas ocorrem há mais de um ano e estão sendo analisadas as demandas de cada município e os custos das mudanças, que determinariam impactos na tarifa.

Polidoro adianta que a Comec deve lançar um edital para licitar as linhas de ônibus metropolitanas, do mesmo modo que fez a Urbs com as linhas urbanas de Curitiba. Um esboço do projeto idealizado pelo órgão está sendo finalizado e deve ser colocado para análise por meio de audiências públicas.

Percalços

Um dos impeditivos para a integração é a existência de tarifas diferentes dentro da rede. Há um estudo para estabelecer anéis tarifários, que levam em conta os adensamentos populacionais e as distâncias percorridas pela linha. "Se a bilhetagem eletrônica permitir a diferenciação de tarifas, é um modelo simples a ser adotado", pondera.

Atualmente, a RIT passa por 14 municípios da região metropolitana, que ainda dispõe de linhas diretas, que saem de bairros dessas cidades e chegam ao centro de Curitiba sem passar por terminais de integração. A criação de novas linhas e a entrada de novos municípios na RIT passam por avaliação individual, que leva em conta as distâncias percorridas, a acomodação dos passageiros e o custo do serviço.

Curitiba

Integração temporal é restrita a duas linhas

Com um modelo estabelecido no uso de terminais de ônibus, a integração temporal por bilhetagem eletrônica ainda é incipiente em Curitiba. Apenas usuários que seguem para as estações São Pedro e Santa Quitéria têm direito ao benefício. O modelo adotado na capital é tecnicamente conhecido como integração temporal matricial, porque, além da limitação de horário, só é realizada em pontos pré-determinados do sistema com o uso do cartão. Segundo a Urbs, que gerencia o sistema, são realizadas 11.671 integrações por mês.

Na estação São Pedro, os usuários da linha Pinheirinho/Carlos Gomes têm um tempo de cinco minutos para atravessar a rua, entrar na outra estação e retornar ao bairro. Já na estação Santa Quitéria, os passageiros da linha Vila Velha/Buriti podem, em até uma hora após o embarque, fazer a conexão com o Inter 2 e o Fazendinha/Tamandaré.

Muitos usuários do transporte coletivo preferem pegar menos ônibus para chegar ao destino e não perder tempo nos embarques, diminuindo o tempo de viagem. Parte dessa equação é resolvida com a bilhetagem eletrônica, que otimiza a entrada dos passageiros nos veículos e oferece opções para melhorar a integração – tanto a física, com o uso de terminais, quanto a temporal, na qual o passageiro só precisa respeitar o limite de tempo para seguir viagem em outro veículo.

A integração temporal é uma opção que tende a ser mais econômica do que a construção de terminais de ônibus e pode ser adotada para otimizar a Rede Integrada de Transporte (RIT), na Região Metropolitana de Curitiba (RMC). O modelo exige poucas alterações, como mudanças nos itinerários, para facilitar o cruzamento de linhas, e adequações viárias, que também beneficiam outros motoristas. Por outro lado, há um custo fixo de manutenção, já que é preciso manter uma central de monitoramento, e um problema com tarifas diferenciadas dentro da rede.

Para Ricardo Bertin, mestre em transportes e coordenador adjunto do curso de Engenharia Civil da Pontifícia Universidade Católica do Paraná, a integração temporal deve ser alvo de estudo para uma possível implantação em Curitiba e região. Ele cita o exemplo da linha Turismo, que oferece a possibilidade de o usuário voltar ao sistema independentemente do tempo de parada, mesmo sendo em uma situação específica. "A integração temporal não pode ser feita com um tempo muito grande de intervalo, porque pode sobrecarregar o sistema", alerta.

Modelo

Em São José dos Pinhais, na RMC, a opção foi por mesclar os sistemas, fazendo a integração física ou temporal, com o uso do cartão VEM. A bilhetagem eletrônica foi implantada na cidade em 2008 e desde o ano passado há integração temporal. Para incentivar a adesão ao sistema, a primeira via do cartão não tem custo e a tarifa praticada é mais baixa do que o pagamento em dinheiro: R$ 2,40 contra R$ 2,50.

"A bilhetagem eletrônica é mais econômica, menos onerosa e traz conforto e comodidade para o usuário", acredita Luis Scarpin, secretário de urbanismo da cidade. O investimento no sistema não saiu dos cofres da prefeitura: as empresas que operam o transporte coletivo na cidade formaram um consórcio que faz a gestão do sistema. Segundo Leonardo Franceschi, gestor da Central VEM, uma empresa contratada fornece o sistema de bilhetagem, com a estrutura de software necessária. Em São José dos Pinhais foi montada uma central que faz a gestão dos dados e conta com 25 funcionários.

Atualmente, o usuário do transporte que precisa fazer a integração temporal tem prazo de uma hora para pegar outra linha, mas é preciso desembolsar o valor de meia passagem para essa segunda viagem. Apesar de ainda ser mais vantajoso do que pagar em dinheiro, já que as duas viagens saem por R$ 3,60, uma redução de quase 30%, o modelo vai sofrer um ajuste.

Segundo Scarpin, em abril a cidade deve lançar um edital para a licitação do sistema. Entre as mudanças que vão ocorrer está o sistema de pagamento. A intenção é de que a integração não pese no bolso do usuário, que pagaria uma única tarifa.

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