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Parque do Bugio terá 800 hectares de área e deve ajudar a preservar a biodiversidade da região | Ivonaldo Alexandre/ Gazeta do Povo
Parque do Bugio terá 800 hectares de área e deve ajudar a preservar a biodiversidade da região| Foto: Ivonaldo Alexandre/ Gazeta do Povo

Indústria

Preocupação também atinge donos de olarias

Quem também anda preocupado com a instalação da nova reserva ambiental são os proprietários das olarias da região. Osmar Pilato, por exemplo, diz ter ouvido conselhos para não se preocupar nas duas audiências públicas que discutiram o assunto. Mas isso não foi suficiente. "Nossa preocupação é a renovação da licença de funcionamento, que ocorre todo ano. Uma boa intenção, às vezes, muda a cada quatro anos [após os períodos eleitorais]", reflete. Para o secretário Renato Lima, a preocupação dos empresários é desnecessária. "As olarias também estão fora da reserva. Tem o problema do trânsito de caminhões, que gera reclamações de moradores, mas essa é outra questão. Elas vão continuar e vamos ajudá-los a melhorar o negócio deles."

O projeto da prefeitura para criar uma reserva ambiental no Sul de Curitiba deve resolver um problema histórico de invasões em Áreas de Preservação Permanente no Caximba. Ao mesmo tempo, a ideia tem tirado o sono de famílias que vivem há décadas na região. De acordo com a administração municipal, nenhuma propriedade particular será afetada pela Reserva Parque do Bugio, como será chamada, e há previsão de reassentamento para quem estiver morando irregularmente em áreas públicas.

INFOGRÁFICO: Confira quais são as funções do novo parque

A primeira etapa de implantação da reserva deve ocorrer neste ano. O local terá 800 hectares, uma área cinco vezes maior que o Parque Barigui, e promete ajudar a preservar a biodiversidade da região, melhorar a qualidade das águas e diminuir o impacto de enchentes. A área do parque se estenderá ao longo do Rio Barigui, a partir da Rodovia do Xisto, até a sua foz no Rio Iguaçu e dali até a BR-116. A reserva abriga a maior área da cidade com araucárias e, pelo menos, 112 espécies de aves e 20 de mamíferos.

Josélio da Cruz Machado, 33, mora há mais de nove anos em uma vila próxima da Rua Francisca Paolini, conhecida como Sapolândia. Ali, abriga também a sogra e o cunhado. Agora, está preocupado com o futuro parque. "Não fui procurado. Tememos perder o que conquistamos com suor."

Do lado oposto da Sapolândia está a maior parte das invasões do Caximba, como a 29 de Outubro, que tem, ao menos, 400 famílias, que deverão ser reassentadas após a instalação da reserva. A demanda e a fonte de recursos para os novos conjuntos habitacionais, porém, ainda não foram definidas.

Segundo Renato Lima, secretário do Meio Ambiente, o parque pegará uma pequena área ao Norte da Rua Francisca Paolini, mas não afetará nenhuma área privada. "Quem estiver em área pública de preservação será realocado, mas não é o caso dos moradores da Sapolândia". Apesar disso, no traçado da reserva é possível visualizar casas ao Norte da via.

A prefeitura ainda não divulgou quando o decreto instituindo o parque deve ser assinado.

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