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Guarulhos e outros aeroportos do país estão exigindo RG para o embarque de menores de idade | José Patrício/Ag. Estado
Guarulhos e outros aeroportos do país estão exigindo RG para o embarque de menores de idade| Foto: José Patrício/Ag. Estado

Pais que pretendem viajar para o exterior com os filhos não devem esquecer de levar a carteira de identidade ou a certidão de nascimento das crianças. Os novos passaportes com chip não trazem escrita a filiação do portador e, como o sistema de identificação da Polícia Federal (PF) tem sofrido panes frequentes, é grande a chance de ter de enfrentar transtornos antes do embarque para comprovar a paternidade. O nome dos pais deve aparecer no computador do agente na hora em que ele consulta os dados do chip. Mas, quando há falhas, a situação se complica.

"O que me deixou chateada é que a própria PF poderia pôr um aviso no passaporte, dizendo que é recomendável levar outro documento. Em nenhum lugar se diz isso", reclama a fonoaudióloga Luciana Santos, de 40 anos. No último dia 17, minutos antes de embarcar para Lisboa com os dois filhos, de 5 e 6 anos, ela foi interpelada por um agente. "Ele me pediu outro documento de identificação das crianças além do passaporte", conta. Espantada, ela disse que não tinha. E teve de esperar mais do que o normal para poder embarcar.

Contratempo

O arquiteto Wilson Jiacomini, 49 anos, também enfrentou contratempo na hora de embarcar com os filhos para os Estados Unidos. "A funcionária da PF pediu a identidade para comprovar a filiação e disse que minha sorte era que o sistema estava no ar, senão eu não poderia viajar com as crianças. É uma situação que eles deveriam resolver de forma simples, emitindo o passaporte já com a filiação", observa.

Criados para dificultar as falsificações, os novos passaportes com chip começaram a ser emitidos em dezembro. Além de marca d’água e fundo invisível, trazem um componente eletrônico com várias informações para identificação do portador, incluindo nomes do pai e da mãe. Mas, no dia a dia, a tecnologia muitas vezes fica à mercê de um sistema eficiente e da boa vontade dos agentes.

A nutricionista Patrícia Belda, 48 anos, embarcaria ontem para a França com os filhos de 13 e 11 anos. Mesmo contrariada, levava os documentos dos adolescentes. "É para evitar problemas. Muitas vezes eles não querem se dar ao trabalho de consultar o computador ou estão sem acesso à rede."

Há .quem acredite que apenas o passaporte deveria bastar para uma viagem tranquila. Acom­panhada do marido e dos dois filhos, a atriz Luciana Vin­cent, 33 anos, ficou surpresa quando foi questionada, na fila do check-in em Cumbica, se contava também com outros documentos das crianças. "A gente ainda nem tinha pensado nisso. Para mim, só o passaporte deveria ser suficiente. Agora é torcer para que nada dê errado", comenta.

A economista Raquel Tomasi, 40 anos, tem duas filhas, de 9 e 6, e também ouviu a recomendação de outro funcionário da PF. Mas não se incomodou. "Sinceramen­te, eu acho importante, se isso for algo a mais para garantir a segurança das crianças", pondera.

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