O projeto de lei que revisa o Plano Diretor de Curitiba foi aprovado em 2.ª votação na Câmara de Vereadores de Curitiba no final da manhã desta terça-feira (3). O documento é o principal instrumento de planejamento cidade e define as principais diretrizes para o desenvolvimento do município para os próximos 10 anos em áreas como mobilidade, urbanismo, transporte público, habitação, meio ambiente, uso do solo, entre outras.

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Na votação desta terça (3), foram admitidas sete emendas ao texto. Não são mudanças de conteúdo, mas apenas de linguagem, conforme informou a Casa em seu site. A matéria volta à pauta na próxima segunda-feira (9) para que a redação final seja votada, com possibilidade de correção de erros de linguagem ou de técnica legislativa.

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Plano Diretor agrada o setor imobiliário

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Após a aprovação da redação final, o Plano seguirá para sanção do prefeito Gustavo Fruet, que também pode vetar partes do texto. Caso haja veto, o projeto deve ser devolvido ao Legislativo, que pode derrubá-lo ou mantê-lo.

Além de planejar para onde a cidade vai se expandir, o documento também induz a criação de novas ferramentas de mobilidade na cidade, como o bilhete único temporal, estacionamentos ao lado de terminais e sistema de compartilhamento de bicicletas.

O novo plano diretor também trata de propostas para regularização fundiária em áreas irregulares de cidade e flexibiliza regras urbanísticas para regularização de imóveis construídos até 2012, mediante pagamento de outorga ao município.

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Estudo de Impacto de Vizinhança gera polêmica

A emenda que gerou mais polêmica durante a 2ª votação do texto do novo Plano Diretor de Curitiba é a que prevê o Estudo de Impacto de Vizinhança (EIV). Esse estudo deverá ser realizado antes de a prefeitura de Curitiba conceder licença ou autorização de funcionamento para empreendimentos que possam interferir na vida de uma comunidade, como nos casos de shopping, supermercado ou indústria. O EIV levará em consideração impactos no trânsito, meio ambiente, entre outras áreas.

O texto-base da proposta já previa a obrigatoriedade do EIV, mas agora, com a emenda, o plano determina que o órgão responsável pela coordenação do EIV deverá garantir a participação da comunidade impactada, tornar o processo público e receber “manifestações e contraditórios”. Esses procedimentos, no entanto, serão regulamentados por lei específica.

As manifestações da comunidade deverão ser recebidas antes de o poder público decidir sobre a viabilidade do empreendimento. A emenda modificada era da Professora Josete (PT), que protestou contra a mudança. A sugestão dela previa que as informações do EIV deveriam ser publicadas em site próprio, proposta que acabou sendo suprimida. A vereadora disse, ao site da Câmara, que pretendia evitar que os interesses do “poder econômico” fossem colocados acima dos direitos da população.

Também foram aprovadas duas emendas que divide o Plano Setorial de Saneamento e Gestão de Recursos Hídricos; a retirada do artigo 58, que previa incentivos para a construção de garagens no sobressolo, além de incluir um dispositivo para impedir que os benefícios relativos ao potencial construtivo e de acréscimo de pavimentos em edifícios com fachada ativa sejam cumulativos. A Câmara informou ainda que outra emenda complementou o artigo 126, que trata da Operação Urbana Consorciada, e limita a 2.500m² as edificações que poderão receber potencial construtivo por meio deste instrumento.