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A última sexta-feira marcou o final da primeira etapa da licitação das novas 750 placas de táxi em Curitiba, uma demanda de mais trinta anos da categoria e dos usuários, que às vezes esperam horas para ser atendidos. Foram 1.909 classificados, e os primeiros 750 com maior índice técnico já estão com uma mão nos volantes dos novos laranjinhas. Basta que os documentos entregues na primeira fase estejam em ordem. Esta etapa de análise será realizada até o início de fevereiro.

O problema, no entanto, é que a expectativa da Urbs e da Comissão Especial de Licitação dos Táxis para colocar os carros nas ruas pode não se concretizar.

Depois das duas primeiras etapas, os motoristas passarão pelo cadastramento. Quem já tem carro pronto para uso, sairá na frente. "Muitos vão comprar o carro depois", contou o presidente interino da comissão, Silvio Artur Weber. Os motoristas terão 60 dias para apresentar o carro – prazo prorrogável por mais 60. Weber espera que muitos veículos estejam nas ruas em abril, mas tudo vai depender do processo de licitação.

Será?

O presidente da Urbs, Roberto Gregório da Silva Júnior, acredita que os carros que começarão a rodar na cidade neste ano conseguirão suprir a demanda da Copa do Mundo e, assim, fazer com que o tempo de espera por um táxi na cidade diminua. Ele ainda defende que o recadastramento de taxistas – muitos donos de táxi não dirigiam o veículo conforme exigia a legislação vigente – colabora para diminuir o problema.

De acordo com Gregório, a intensificação da fiscalização será um trunfo da Urbs para fazer com que o serviço avance. "É necessário ainda ter uma central ou uma integração entre as centrais. Não temos informações precisas se todos os táxis estão em operação. Não sabemos os horários de operações dos táxis. Temos uma atividade de fiscalização por amostragem", explica. O presidente da Urbs afirma que há um estudo para implantar monitoramento em tempo real de todos os táxis com o uso do GPS.

Para o presidente do Sin­dicato dos Taxistas de Curi­tiba, Abimael Mardegan, as novas placas não acabarão com o problema por completo. "São 30% de placas que a cidade precisa. Faz mais de 40 anos que não há novos táxis em Curitiba", comenta. Na avaliação dele, a demora para iniciar a licitação e concluir o processo ainda está sem explicação.

Haja paciência

No casamento

Fotos: Antônio More/ Gazeta do Povo

O rigor da Lei Seca no Brasil aumentou a demanda por táxis nas madrugadas. Ir à festas em que há bebidas implica automaticamente em levar no bolso um número de uma rádio táxi qualquer ou pensar em onde está o ponto mais perto. "Fui a um casamento e voltei da festa 5h30 da manhã. A moça da rádio táxi avisou que não tinha carro disponível", conta o advogado Márcio Brito (à dir. na foto), 35 anos.

Chique no "úrtimo"

O empresário Pedro Ferroni (esq. na foto acima), 28 anos, não costuma usar táxi, mas lembra que é necessário mudar a cultura da cidade para que o trânsito também melhore. "Vou e volto para casa de ônibus, mas só as 750 placas não vão ajudar. Tem que mexer com a cultura do curitibano. Trazer melhorias para o transporte coletivo, novas alternativas e fazer campanhas. Para o curitibano é chique dizer que andou de metrô e de ônibus em outro país, mas aqui não fazem o mesmo", analisa.

Deselegante

"O que falta no serviço de táxi é profissionalismo", garante a corretora, empresária e mãe de quatro filhos, Sandra Albrecht (foto). De acordo com Sandra, os taxistas não têm consideração com o cliente. Mesmo vazios, muitos passam, são chamados e não param. "Falta preparo dos atendentes das rádios táxi também. A gente tem que ficar ligando para saber onde está o carro, se foi encontrado um veículo disponível", conta. Escolada na batalha por um táxi, ela dá uma dica. "Quando peço o carro pergunto qual é o carro, o nome do motorista e de onde vem". Na última semana, esperou 1h15 no mercado por um táxi.

Cadê o laranjão?

O corretor de imóveis José Carvalho (foto), 60 anos, sabe como se virar na falta de um "laranjão curitibano". A espera longa, praxe após ligar e conseguir ser atendido (quando não chove), não é obstáculo. Ele até espera, mas certa vez, os 42 minutos aguardados "passaram do limite". "Tive que pegar carona. Não sei se essas novas placas vão suprir toda demanda, mas que são necessárias, isso são", disse.

Otimismo

Para a administradora Karylle Zaidowicz (foto), 27 anos, esperar muito é atendimento-padrão dos táxis curitibanos. Finais de tarde de verão, com chuva, já a fizeram esperar por mais de hora por um carro. "Eu acho que os novos táxis não vão suprir a necessidade atual. O serviço é ruim". Amiga de Karylle, Lorena vê com otimismo a entrada dos novos táxis. "É um bom começo. Quando eu preciso, o carro sempre chega", lembra.

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