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 | Lineu Filho/Tribuna do Paraná
| Foto: Lineu Filho/Tribuna do Paraná

O número de mortes provocadas por leptospirose praticamente dobrou em um ano em Curitiba. Se em 2014 foram oito óbitos, em 2015, 15 pessoas morreram em decorrência da infecção. Além disso, o número de casos confirmados da doença também aumentou: de 96 para 131. Os dados são da Secretaria Municipal de Saúde.

Leptospirose em números na capital:

2010
Casos: 140
Óbitos: 24

2011
Casos: 169
Óbitos: 23

2012
Casos: 78
Óbitos: 10

2013
Casos: 115
Óbitos: 13

2014
Casos: 96
Óbitos: 8

2015
Casos: 131
Óbitos: 15

2016*
Casos: 65
Óbitos: 6

*Dados de 2016 correspondem até 18/04
Fonte: Secretaria Municipal de Saúde

A taxa de letalidade da leptospirose, que mede o porcentual de casos das pessoas doentes que acabam em óbito, registrou um aumento 38,5% na capital do estado período: em 2014, a cidade alcançou um índice de 8,3% e no ano passado a taxa subiu para 11,5% – acima dos 10% que é recomendada pelo Ministério da Saúde.

Até 2014, os índices indicavam que a letalidade de leptospirose caminhava para uma redução significativa. Aquele ano foi o primeiro desde 2007 que registrou índice de óbitos abaixo de 10% (veja quadro ao lado).

Os dados de 2016 também já servem de alerta. Até a primeira quinzena de abril, Curitiba registrou 65 casos, com seis óbitos provocados pela leptospirose.Dos pacientes que morreram por causa da doença, três moravam no distrito sanitário do Boqueirão, um no do Cajuru e dois no do Boa Vista. Cada distrito, segundo a secretaria, engloba mais de um bairro.

“Nossa meta é sempre reduzir o número de óbitos e de incidência da doença. Mas vale explicar que o aumento do número de casos confirmados nem sempre é visto como negativo. Isso significa que está sendo possível o registro de maior número de diagnósticos, que nos anos anteriores podiam passar despercebidos, o que evita ter doentes graves de leptospirose e ajuda a diminuir a letalidade da doença”, afirma a diretora do Centro de Epidemiologia da Secretaria, Juliane Oliveira.

Causas

A leptospirose é transmitida por uma bactéria presente na urina de rato – a leptospira – e que, geralmente, possui mais incidência em períodos chuvosos. Uma série de fatores, como alagamentos, inundações, somada a falta de higiene e de cuidados, contribui para aumentar índices de casos da doença.

“Geralmente é em períodos chuvosos e quentes que há mais incidência da doença. Mas a doença pode ocorrer durante todo ano. Os dados oscilam devido a esses fatores. Mas ano em que há mais alagamento há mais chance da doença”, ressalta Juliane. Segundo ela, até nadar em cavas pode representar perigo. “A água pode estar contaminada com a urina do rato e pessoa corre o risco de contrair a doença”, explica.

Sintomas e ajuda médica

O alerta da diretora do Centro de Epidemiologia da Secretaria, Juliane Oliveira, é para que as pessoas que tiveram contato com locais que podem conter urina de rato e apresentem sintomas como febre, dor de cabeça e no corpo, que procurem ajuda médica. “Quanto mais cedo o diagnóstico mais chance de cura. Identificar casos precoces evita o óbito”, salienta.

Ela afirma que pode haver casos leves, mas dependendo da quantidade de bactéria a que a pessoa foi exposta, o caso pode ser grave e afetar funcionamento dos rins e dos pulmões. “A doença pode ter uma evolução bem rápida e levar à insuficiência renal e até mesmo hemorragia pulmonar”, alerta Juliane.

Áreas de risco

Atualmente, Curitiba tem 114 áreas de risco para transmissão da doença. A definição das áreas de risco segue parâmetros do Ministério da Saúde. Entre os critérios de classificação estão o nível de saneamento do local, potencial de áreas inundáveis, proximidade de ocupações irregulares, áreas com acúmulo de lixo e histórico de casos de leptospirose.

Confira alguns cuidados para evitar a doença:

Evite nadar ou pescar em cavas, rios, represas ou lagos, principalmente após chuvas fortes;

- Ao circular por áreas que foram atingidas pelas chuvas, use sempre calçados bem fechados, preferencialmente botas longas;

- Ao fazer a limpeza de residências, use sempre botas e luvas;

- Animais domésticos devem ser vacinados com regularidade para evitar a doença;

- O lixo doméstico deve estar sempre embalado;

- Lave bem os alimentos, especialmente frutas e verduras que serão consumidas cruas;

- Mantenha as caixas d’água sempre tampadas;

- Mantenha os alimentos guardados em recipientes bem fechados e à prova de roedores (latas de vidro, alumínio);

- Retire as sobras de comida ou ração de animais domésticos antes do anoitecer e mantenha limpos os vasilhames;

- Quintais e terrenos devem estar sempre limpos e sem o acúmulo de materiais que podem servir de abrigo aos roedores.

Fonte: Secretaria Municipal de Saúde

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