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Falha está na estratégia, diz policial militar

De acordo com especialistas, outra questão importante é o trabalho de estratégia desenvolvido pelos oficiais, responsáveis dos setores de planejamento. Esses policiais determinam quantos e para onde agentes e viaturas vão. Falta, segundo um policial que preferiu não ser identificado, estudar as características de cada comunidade para definir a melhor forma de empregar o efetivo. As decisões para espalhar o efetivo são embasadas nas experiências diárias e nas análises das estatísticas, que têm funcionado para reduzir a criminalidade, mas ainda pecam no emprego do policiamento. Isso seria também um reflexo do baixo efetivo, que não permite muita flexibilidade na hora do policiamento. Por isso, alguns agentes fazem patrulha em locais que deveriam ter uma quantidade maior de policiais devido à periculosidade. A Coordenadoria de Análise e Planejamento Estratégico (Cape) tem trabalhado para fazer pesquisas criminológicas, uma etapa a ser aprofundada ainda no desenvolvimento de estudo no setor.

O número de policiais militares mortos em serviço mais que dobrou nos últimos dois anos no Paraná. Em 2011, dez PMs morreram em confrontos e, no ano passado, foram 21, um aumento de 110%. O levantamento, divulgado pelo Fórum Brasileiro de Segurança Pública, em seu último anuário, apresenta as informações divulgadas mais recentes na área. A pesquisa também mostra o registro de policiais civis mortos em serviço, dois em 2012. No ano anterior, não houve mortes, segundo o Fórum.

O dado segue a mesma tendência apresentada sobre mortes de pessoas mortas em confronto com policiais. Conforme já revelou reportagem da Gazeta do Povo, a cada dois dias uma pessoa morreu pelas mãos da polícia em tiroteios. No mesmo período, houve um crescimento de 12% neste índice.

Por isso, especialistas defendem que a falta de estrutura e o aumento da violência dos criminosos são pontos fundamentais para explicar o aumento de mortes de policiais militares, mais expostos pela natureza da função.

Para o presidente da Associação de Defesa dos Direitos dos Policiais Militares Ativos e Inativos (Amai), coronel da reserva Elizeo Furquim, a falta de treino específico cria uma dificuldade na hora do confronto. Segundo ele, não há também cargas horárias para treinamento físico, o que faz com que o policial tenha um rendimento menor no requisito agilidade. Isso gera policiais mais lentos e menos preparados para se defender.

O coordenador do Núcleo de Estudos de Segurança da Universidade Tuiuti do Paraná, delegado federal Algacir Mikalovski, explica que é preciso focar mais no preparo do policial, melhorando a estrutura. "É preciso priorizar isso", comenta. Ele acredita que o aumento representa também o crescimento do trabalho policial.

A Polícia Militar do Paraná (PM) foi procurada por mais de uma semana para comentar o aumento de mortes de policiais no estado. Mesmo assim, a assessoria de imprensa da PM não retornou os pedidos da reportagem.

Coletes

Os coletes balísticos usados pela Polícia Militar do Paraná causam certa polêmica dentro da corporação. Os modelos usados são ainda dos que têm fechos de velcro nas laterais, que deixariam os policiais mais expostos. É ponto de reclamação na tropa. "É um conjunto de pequenas maldades do estado contra o policial. São tantas coisas que a diferença na hora do conflito é muito grande. O Paraná é uma roda quadrada. Tem a estrutura policial de um mundo ainda subdesenvolvido", afirma Furquim.

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