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Volante Claiton é uma das novidades no time de Antônio Lopes. Furacão precisa vencer para respirar | Pedro Serápio / Gazeta do Povo / Arquivo
Volante Claiton é uma das novidades no time de Antônio Lopes. Furacão precisa vencer para respirar| Foto: Pedro Serápio / Gazeta do Povo / Arquivo

Fígado

Novos sistemas apresentam resultados satisfatórios

Um ano depois de implantadas novas regras para o transplante de fígado, resultados começam a aparecer. Com os sistemas Meld e Peld (escalas de emergência cirúrgica que ordenam a lista de espera por um transplante de acordo com a gravidade), passaram a ter prioridade em receber o órgão aqueles pacientes que apresentam quadro mais grave de saúde.

Segundo a Central Estadual de Transplantes (CET) do Paraná, 40% das pessoas que estavam na fila no ano passado não tinham necessidade de transplante a curto prazo e acabaram passando para o final da listagem. O diretor da CET, Carlos D’Ávila, explica que médicos colocavam os pacientes na fila de espera para garantir o fígado. "Quanto mais tempo ficava na fila, mais se agravava a doença", conta. O chefe da Cirurgia de Transplante Hepático do Hospital de Clínicas, Júlio Coelho, considera justo que os pacientes em situação mais grave tenham prioridade. "Isso não quer dizer que os outros não necessitam. A pessoa fica extremamente debilitada. Não podemos amenizar o sofrimento que esses que continuam esperando passam", afirma. No Paraná, 452 pessoas aguardam por um fígado. A doação pode ser feita por pessoas vivas, assim como no caso de rins. (JO)

Em cirurgias de coração, estado é exemplo

"O Paraná é o estado que, proporcionalmente a sua população, mais faz transplantes de coração no país", informa o diretor da Central Estadual de Transplantes (CET) do Paraná, Carlos D’Ávila. Em 2006, foram 26 cirurgias. Até junho deste ano, o total estava em 18. A Santa Casa de Misericórdia de Curitiba é responsável por uma parte significativa. Em 2007, o hospital já superou a marca dos 14 transplantes feitos no ano passado: totaliza 16 cirurgias.

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Enquanto o número nacional de transplantes de órgãos caiu 1,1% no ano passado, o Paraná teve um aumento de 15,6% em relação ao total de 2005. A queda brasileira quebrou uma seqüência de resultados positivos observada desde 2001. Já o Paraná foi o quarto estado que mais fez transplantes no ano passado, ficando atrás de São Paulo, Rio Grande do Sul e Minas Gerais.

O resultado estadual positivo é, segundo a Central Estadual de Transplantes (CET) do Paraná, reflexo de algumas medidas administrativas que fizeram com que houvesse mais notificações de mortes encefálicas (o que é obrigado por lei federal). Entre elas estão o acompanhamento quinzenal das internações em Unidades de Terapia Intensiva (UTIs), a supervisão de comissões hospitalares responsáveis por falar com familiares de possíveis doadores e a intensificação de campanhas de esclarecimento.

Existem dois tipos de potenciais doadores. Pessoas que morrem por problema cardíaco em casa ou ambiente hospitalar podem doar tecidos, como córneas, válvulas cardíacas, pele e ossos. Órgãos como coração, pulmões, fígado e rins só podem vir de pacientes internados em UTIs e que tiveram morte cerebral. Por isso é importante a notificação. Enquanto busca-se alguém para receber o órgão, o corpo do doador é mantido em aparelhos para conservar os órgãos. O corpo não é mutilado pelos médicos. Próteses de plástico são colocadas no lugar dos órgãos e os cortes são cuidadosamente costurados.

Segundo o diretor da CET, Carlos D’Ávila, as providências tomadas em 2006 fizeram com que o número de alertas de morte encefálica fosse de 295, em 2005, para 396, no ano passado. O número de transplantes em 2007 tem se mantido semelhante ao do ano anterior. "Não existe uma média constante do número de transplantes e captação de órgãos durante o ano. É muito relativo. A expectativa é que sempre continue uma mesma média", explica o diretor.

Um novo programa do governo estadual a ser iniciado ainda neste ano deve aumentar o número de notificações. Cinco aparelhos portáteis, de R$ 60 mil cada, que detectam morte encefálica, estarão à disposição de hospitais nas regiões de Curitiba, Maringá, Londrina e Cascavel. Com isso, D’Ávila acredita que se acelere o processo de transplante. "Agilizando o diagnóstico, vai aumentar a resolutividade dessas doações e o número de notificações", diz.

Preocupação

Apesar do bom desempenho paranaense, há quem alerte para o cuidado de não se estacionar. "Aumentou porque estava em um patamar muito baixo. É positivo. Mas não é por isso que devemos parar. O esforço deve continuar", alerta o chefe da Cirurgia de Transplante Hepático do Hospital de Clínicas (HC), Júlio Coelho.

Uma das principais preocupações é a diferença entre a procura por transplantes e a oferta de órgãos. O crescimento do número de doações não acompanha o aumento das filas de espera. "Sempre vai haver uma demanda reprimida por órgãos", afirma D’Ávila. No Paraná, 5.024 pessoas aguardam algum órgão em filas de espera.

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