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Rompendo o silêncio desde que foi presa no dia 19 de fevereiro, a médica Virgínia Soares de Souza, acusada pelo Núcleo de Repressão aos Crimes Contra a Saúde (Nucrisa), da Polícia Civil, de provocar a morte de pacientes internados na Unidade de Terapia Intensiva (UTI) do Hospital Evangélico, disse que está sendo vítima de vingança por parte de ex-funcionários do hospital curitibano.

Em entrevista ao programa Fantástico, da Rede Globo, exibido neste domingo (10), a médica alega ainda que foi mal interpretada em conversas telefônicas gravadas pela polícia. Alguns trechos dos diálogos com outros funcionários do hospital acabaram vazando para a imprensa.

"Nunca fui negligente, nunca fui imprudente. Nunca tive uma infração ética registrada, uma queixa. E exerci a medicina de forma consciente e correta. Não sou Deus, não sou perfeita. Erros podem ter acontecido, jamais de forma intencional, e nada mais fiz do que exercer com a maior dignidade possível, com respeito aos pacientes, a medicina intensiva", disse Virgínia.Ministério Público

Nesta segunda-feira, o Ministério Público do Paraná deve divulgar se oferece ou não denúncia contra a médica e contra outros quatro profissionais – três médicos e uma enfermeira – que, assim com Virgínia, estão presos. As investigações apuram se a médica e sua equipe teriam "antecipado" a morte de pacientes em estado terminal, o que é proibido no Brasil e considerado homicídio pela polícia.

Para que os óbitos ocorressem, a médica aplicaria medicamentos para aliviar a dor, anestesiar e dificultar a respiração dos pacientes. Além disso, segundo denúncias de ex-funcionários do Evangélico, a médica também mandava reduzir ao mínimo a função do aparelho que auxiliava na respiração dos doentes.

Em um trecho das conversas telefônicas, Virgínia diz que a "a UTI tem que girar", e em outro trecho afirma que é preciso "desentulhar" a unidade. "Infelizmente nós ficamos submetidos a julgamento de pessoas sem capacidade de compreensão", retrucou a médica em entrevista ao Fantástico. "É um termo infeliz [desentulhar] que a gente fala, em conversa informal, mas é desesperador você chegar a um plantão e perceber que entre 14 pacientes, cinco ou seis deles não tem mais o que fazer", esclarece.

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