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Quem passou pelo aeroporto pôde jogar tênis de mesa  com o medalhista paraolímpico Luiz Algacir Vergílio da Silva | Priscila Forone/ Gazeta do Povo
Quem passou pelo aeroporto pôde jogar tênis de mesa com o medalhista paraolímpico Luiz Algacir Vergílio da Silva| Foto: Priscila Forone/ Gazeta do Povo

Cerca de 240 pessoas que trabalham no Aeroporto Internacional Afonso Pena, em São José dos Pinhais, na região metropolitana de Curitiba, experimentaram ontem a sensação de circular pelas áreas do terminal destinadas aos passageiros com os olhos vendados ou em cadeiras de rodas. A atividade faz parte do encerramento do curso de Atendimento às Pessoas com Deficiência ou com Mobilidade Reduzida que está sendo realizado em diversos aeroportos brasileiros. O instrutor Valdeci Albuquerque disse que o curso foi feito em 22 dos 67 aeroportos administrados pela Infraero. Este ano serão atendidos mais quatro e outros 15 em 2009.

Segundo Albuquerque, o treinamento tem o objetivo de capacitar o funcionário para entender que não é suficiente instalar equipamentos, mas que as equipes devem estar preparadas para receber os portadores das diversas deficiências. Ele garantiu que os terminais da Infraero estão preparados, fisicamente, para esses passageiros, com rampas, elevadores e banheiros adaptados. A partir do curso será possível identificar se há necessidade de alguma alteração. "Os participantes vão fazer relatórios sobre os eventuais problemas encontrados e isso servirá de base para as reformas necessárias", completou o instrutor.

Limitações

Quem acompanhou a atividade foi o paranaense Luiz Algacir Vergílio da Silva, medalhista de prata nos Jogos Paraolímpicos de Pequim, na modalidade tênis de mesa. Cadeirante, ele permaneceu no Afonso Pena por aproximadamente duas horas e quem estava no local teve a oportunidade de jogar uma partidinha de tênis de mesa com ele.

Acostumado a viajar, Silva disse que os aeroportos têm estrutura, mas reclamou da falta de orientação e conhecimento dos funcionários e de outros passageiros a respeito das limitações dos portadores de deficiências. Ele contou que não foram poucas as vezes que entrou no avião bastante atrasado e recebeu uma salva de palmas, atitude comum dos passageiros para saudar os retardatários. "Ninguém entende que o atraso é provocado pela incapacidade do aeroporto e da companhia aérea de fazer o nosso embarque."

Ontem, Anderson Paulino de Castro, 26 anos, que trabalha no raio X do Afonso Pena, circulou pelo terminal com os olhos vendados. Ele afirmou que gostou da experiência, mas que teve muita dificuldade. Luiz Felipe Chiarello, 18 anos, usou a cadeira de rodas e percebeu, por exemplo, que ao chegar a alguns balcões do terminal o cadeirante fica numa posição desconfortável, já que não consegue ver quem está do outro lado.

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