• Carregando...
Dirce e o marido, Nereu, com os netos Luan (centro), os gêmeos Caio e Vítor, e Rafael, no colo do avô: casa cheia. | Antonio Costa/Gazeta do Povo
Dirce e o marido, Nereu, com os netos Luan (centro), os gêmeos Caio e Vítor, e Rafael, no colo do avô: casa cheia.| Foto: Antonio Costa/Gazeta do Povo

Contribuição

Para o assistente social Dorival da Costa, mestre em tecnologia, a presença dos netos na vida do idoso é muito positiva, inclusive quando os avós assumem completamente a educação das crianças. "Esse idoso se vê como produtivo, passa a se sentir útil e valorizado novamente. Quando é requisitado e pode contribuir, volta a ser parte importante dentro do grupo familiar", afirma.

De acordo com Costa, geralmente o avô é um cuidador menos estressado, permite mais coisas e tem como vantagem a experiência de vida.

Na casa de Dirce, porém, avós não são só para mimar, mas também para educar. Firme nas exigências de ordem e responsabilidade, ela faz questão de conferir diariamente o dever de casa do neto. "Minha filha deixava o Luan mais solto. Dizia que se ele não queria fazer alguma coisa, então que não fizesse. Comigo, não! Não vai pra escola se não tiver a lição bem feita e completinha", diz. As regras com a alimentação também mudaram na nova casa."Quando ele veio pra cá não comia muito bem, tinha frescuras. Hoje, fica sentadinho e experimenta de tudo que estiver na mesa."

Apesar de ser cansativo, Dirce gosta de ter os netos por perto. "Eu continuei com a minha vida, tenho tempo para mim enquanto o Luan está na escola e os finais de semana também são livres para eu passear e viajar".

Vestígios de guloseimas no tapete da sala, enfeites que insistem em não ficar em cima das estantes e brinquedos distribuídos pelos cômodos. A avó coruja justifica: "Casa de avó não é da avó, é dos netos", diz a professora aposentada Dirce de Barros Fernandes, 67 anos.

Há quatro anos, Dirce e o marido, Nereu Fernandes, de 69 anos, receberam o neto Luan, 10 anos, para morar com eles. Após a separação de seus pais, o menino passou um período em casa com a mãe, Viviane, que trabalhava o dia todo. Para não deixar Luan a maior parte do tempo com a empregada, a avó o trouxe para a sua casa. "Eu não gostava de vê-lo trancado no apartamento e sugeri à minha filha que o deixasse comigo. Além de não ficar só com a empregada, ele passaria a ir para a aula na companhia do avô", justifica. Hoje, Luan passa a semana na casa dos avós e reveza os sábados e domingos entre a casa da mãe e a do pai.

O garoto gosta da casa dos "velhos", mas não esconde seu desejo. "Preferia morar com meu pai e minha mãe, juntos". O pensamento dele é comum entre muitas crianças que convivem com a separação dos pais. Nesses casos, a figura dos avós torna-se ainda mais importante, pois traz estabilidade e segurança.

Além de Luan, Dirce tem outros três netos – Rafael, 4 anos, e os gêmeos Caio e Vitor, 1 ano e meio – também ficam sob a atenção dos avós de vez em quando. "Quando os mais novos nasceram, moraram aqui por três meses. Hoje eles ainda ficam comigo quando meu genro viaja e minha filha está no trabalho".

Com olhar apaixonado para as crianças em seu colo, Nereu demonstra que a presença dos netos não lhe incomoda nem um pouco. "A gente tem é de fazer o que eles querem mesmo. Os mais velhos não ligam mais para a gente. Então, temos de aproveitar os menorezinhos, que ainda nos dão bola e não dizem ‘sai pra lá, vô chato’. Pelo menos por enquanto", brinca.

0 COMENTÁRIO(S)
Deixe sua opinião
Use este espaço apenas para a comunicação de erros

Máximo de 700 caracteres [0]