O caso Marta

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Lula está podendo quase tudo, mas sabe que arrumará encrenca com parcela considerável do PT se Marta Suplicy não virar ministra. Ao mesmo tempo, não tolera o clima de "faca no pescoço" instalado com vazamentos de conversas em que sinalizou a indicação da ex-prefeita e da alegada preferência desta por Cidades – em vez da Educação que lhe seria destinada. Aproveitando a deixa, Fernando Haddad passou a trabalhar por sua permanência com apetite incomum para um ministro "técnico". Está falando com Deus e o mundo. Petistas próximos a Marta enxergam "fogo amigo" na escalada de notícias sobre sua nomeação. Sabem que, a começar de ministros com assento no Planalto, há muita gente que ainda tem esperança de mantê-la longe da Esplanada – e da cédula de 2010.

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Script – Um Ph.D. em Lula recomenda tomar com reserva um gênero de história que tem tudo para se repetir daqui para a frente: alguém visita o presidente e, ao sair do palácio, "vaza" para a imprensa que ele não pode nem ouvir falar em terceiro mandato. Ama-seca 1 – Ao chegar a uma reunião com a bancada de seu partido, o PP, na quinta-feira passada, Márcio Fortes (Cidades) foi anunciado de maneira efusiva pelo líder, Mário Negromonte. "O ministro veio aqui para pegar deputado no colo, dar de mamar...", brincou o baiano. Ama-seca 2 – Solícito com os deputados, Fortes pediu a cada um que indicasse dois municípios para serem atendidos com verbas de saneamento. Saiu do encontro com os bolsos forrados de bilhetes. Cruz e espada – Caso consiga chegar ao Congresso, o projeto de anistia de José Dirceu precisará de maioria simples na Câmara e no Senado. Só. Se passar, o texto seguirá para a mesa do presidente da República. Tem muito sádico na praça que começou a torcer pela aprovação apenas para ver Lula obrigado a sancionar – ou vetar – a anistia do ex-"capitão do time". Cheiro de tinta – O PT vai estrear sua nova sede, em Brasília, na próxima reunião da Executiva Nacional, dia 26. O partido vai gastar R$ 500 mil para reformar o imóvel.

Eu sozinho – Petistas que peregrinam em busca de assinaturas para criar a CPI do Metrô na próxima legislatura, que toma posse em 15 de março na Assembléia paulista, estão dando com a cara na porta. Até agora, as respostas positivas foram apenas 20 – exatamente o número de parlamentares do partido na Casa. Fui – Depois de um rasante pelo Sambódromo paulistano na noite de sexta-feira, o governador José Serra seguiria ontem para Portugal. Na agenda, encontros com o premiê José Sócrates, o presidente Cavaco Silva e o ex Mário Soares, além de visita a um parque tecnológico. Motivos – A investida do governador Roberto Requião (PMDB) sobre o prefeito de Curitiba, Beto Richa (PSDB), foi uma prévia do clima da disputa eleitoral do ano que vem. Quem comemora o destempero dos adversários é o PT, que tentará emplacar Gleisi Hoffmann no comando da administração da capital. Racha – Em Salvador, a disputa municipal de 2008 já ameaça a aliança entre o PDT e o PSDB. Na semana passada, o ex-prefeito Antônio Imbassahy, tucano, fez críticas públicas ao atual, o pedetista João Henrique. O pretexto foram as verbas oficiais para o carnaval baiano. Asas cortadas – O deputado Sérgio Carneiro (PT-BA) corre o risco de apanhar em algum gabinete de Brasília. Projeto de lei de sua autoria, recém-protocolado na Mesa da Câmara, contesta a destinação dos prêmios em milhagens aéreas utilizados por parlamentares, agentes ou servidores públicos.

TIROTEIO

* Do deputado Ricardo Barros (PP-PR) sobre a alegada preferência de Marta Suplicy pelo Ministério das Cidades, pasta atualmente da cota do PP, em detrimento da Educação, que lhe seria destinada na reforma:

–O Ministério da Educação é uma pasta muito importante para dar a quem vai torcer o nariz.