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Calçadas de algumas regiões da capital estão sendo readequadas: saem as lousas, entram os pavers | Daniel Caron/ Gazeta do Povo
Calçadas de algumas regiões da capital estão sendo readequadas: saem as lousas, entram os pavers| Foto: Daniel Caron/ Gazeta do Povo

Sabe aquelas calçadas dos setores históricos das cidades, feitas de pedras chamadas de paralelepípedos, que dão um ar retrô para o lugar, mas que ficam bastante lisas quando chove? Pois algumas delas estão com os dias contados em Curitiba.

Um projeto do Instituto de Pesquisa e Planejamento Urbano (Ippuc) tem o objetivo de adequar os passeios da cidade à norma NBR 9050, da Associação Bra­­sileira de Normas Técnicas (ABNT), que define aspectos relacionados às condições de acessibilidade no meio urbano. Segundo Célia Bin, diretora de projetos do Ippuc, as tais pedras, chamadas de lousas, são totalmente inadequadas aos padrões de acessos e deverão ser trocadas por blocos de concreto intertravados, conhecidos como "pavers".

Mas e o que será feito com as pedras tiradas do caminho? De acordo com a diretora do Ippuc, algumas serão reutilizadas nos calçamentos preservados por questões históricas e culturais. As demais virarão pó. "Conforme o tipo de pedra, pode ser moída e servir como brita", conta.

A Secretaria Municipal de Obras Públicas (Smop) informa que as lousas retiradas das ruas da capital são enviadas para um depósito da prefeitura na Cidade Industrial. "Todo material retirado das ruas de Curitiba é reaproveitado de alguma forma", afirma o secretário Mário Yoshio Tookuni, via assessoria de im­­prensa. O que não for utilizado para repor peças do calçamento de lugares preservados irá para a usina da prefeitura e será transformado em base para outros tipos de calçamento ou pavimentação. Um dos pontos da cidade que ainda receberá as lousas é o Largo da Ordem. Segundo a Smop, além de todo calçamento do espaço ser formado por esse tipo de pedra, as bocas de lobo também são revestidas pelos "paralelepípedos".

Satisfação

Quem está feliz com a retirada das lousas de parte das calçadas é Devanzir Alvez, autônoma de 63 anos. Dona Diva, como prefere ser chamada, é categórica: "Esse [piso] aí já era. Tá cheio de buraco, as pessoas ficam virando o pé". Para ela, com os blocos de concreto o espaço ficará mais apropriado para quem anda a pé.

Outro satisfeito é o aposentado Edison Hilgemberg, de 71 anos. Morador de uma rua que recebe as obras de troca de calçamento, Edison diz que é a primeira vez em 32 anos que verá uma calçada nova em frente à sua casa. "É uma troca a princípio boa, mas está meio demoradinho", afirma. Mas o aposentado, que reside no Água Verde, terá que se acostumar com as obras.

A Smop informa que a troca de pisos neste bairro e no Anel Viário irá até maio, e a do entorno da Rua Engenheiro Rebouças e Ubaldino do Amaral até setembro deste ano. Até lá, ainda terá muita pedra no caminho.

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