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Muito se fala do aliado PT, mas é o oposicionista DEM – segunda bancada do Senado, menor apenas que a do PMDB – que vive a contradição de abrigar simultaneamente os mais ferrenhos defensores da cassação de Renan Calheiros e o maior número de parlamentares que, pelo histórico de compadrio, ameaçam salvar a pele do presidente na votação de quarta-feira.

A margem de erro nas previsões de voto dos ex-pefelistas é de longe a mais elástica da Casa. A depender da conta, Renan tem de quatro a dez votos a seu favor entre os 17 do partido. Estariam garantidos para ele o primeiro-secretário Efraim Morais (PB), o corregedor Romeu Tuma (SP), o sarneyzista Edison Lobão (MA) e Maria do Carmo Alves (SE). Os votos certos pró-cassação são sete. As dúvidas recaem sobre seis.

Cerrado – Os dois senadores do DEM de Mato Grosso, Jayme Campos e Jonas Torres, aparecem na planilha de Renan como favoráveis à absolvição. Questionado, um deles se limita a dizer que a dupla vai votar "com o partido".

Voto aberto 1 – Já Marco Maciel (PE), em resposta à especulação governista segundo a qual ele tenderia a se apiedar de Renan, deixa de lado a discrição habitual e manda avisar: vai votar pela cassação.

Voto aberto 2 – Na tarde de quarta-feira, pouco antes de colocar o processo de Renan em votação na CCJ, da qual é presidente, Maciel se reuniu com os oposicionistas Agripino Maia (DEM-RN), Tasso Jereissati (PSDB-CE) e Arthur Virgílio (PSDB-AM). Concluíram que, a esta altura, "cassar é a única opção".

Menos um – Enquanto o governo, de olho na votação da CPMF, finaliza os preparativos para levar um punhado de senadores da oposição à base aliada, pelo menos um integrante da Casa ensaia fazer o movimento contrário: Expedito Júnior (RO), que deve trocar o PR pelo PSDB.

MC – Marisa Letícia foi a mais empolgada no palanque das autoridades do Sete de Setembro. Em dado momento, Lula chegou a demonstrar impaciência pelo fato de a primeira-dama estar no lugar originalmente destinado ao presidente de Moçambique, Armando Guebuza.

Aquele ali – Antes de ser apresentado a Lula, Paul Chopper, líder dos motoqueiros do seriado "American Choppers", não sabia quem era o presidente. Os organizadores o orientaram a cumprimentar o homem com a faixa em cima do palanque.

A todo vapor – A conta de publicidade dos Correios não é a única a causar litígio. Agências ameaçam recorrer contra o resultado da licitação feita no Ministério do Turismo, de Marta Suplicy, da qual saíram vencedoras a Agnelo Pacheco e a One for One, braço da Olgivy de Sérgio Amado.

Figurino – A direção do PT pensa em convidar Patrus Ananias para coordenar a elaboração do Código de Ética aprovado no congresso do partido. O ministro do Desenvolvimento Social, volta e meia citado como um dos presidenciáveis petistas, foi entusiasta da idéia do código.

Argumento – O deputado ACM Neto encomendou uma pesquisa quantitativa e outra qualitativa, a serem feitas pelo instituto Data Quali. Se indicarem chance de passagem para o segundo turno, ele dirá ao DEM que aceita concorrer à Prefeitura de Salvador.

Bicadas – Os tucanos Álvaro Dias, senador, e Beto Richa, prefeito de Curitiba, estão às turras. O primeiro acha que o segundo, se reeleito no ano que vem, será forte adversário na disputa pela vaga de candidato do PSDB ao governo do Paraná em 2010. Em privado, Dias ameaça deixar o partido.

Espólio – O PTB de Campos Machado promove arrastão no malufismo. Depois do ex-governador José Maria Marin, filiou Arthur Alves Pinto.

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Do cientista político RUBENS FIGUEIREDO, sobre o fato de que, em obediência ao regimento do Senado, também a sessão que precederá a votação do caso Renan pelo plenário será secreta:

– Estão criando o Senado James Bond. Negociatas, sessões e votos: é tudo secreto. Nessa toada, o próximo passo será transferir a sede da Casa para um local sigiloso.

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