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Renato Francisco da Silva, da Associação de Moradores da Vila Becker: diálogo difícil | Aniele Nascimento/ Gazeta do Povo
Renato Francisco da Silva, da Associação de Moradores da Vila Becker: diálogo difícil| Foto: Aniele Nascimento/ Gazeta do Povo

Paranaguá tem um odor característico. E a explicação está nos grãos que caem no chão durante o transporte realizado pelos caminhões. Um "inimigo" da cidade, que transmite 38 doenças, sobrevive disso: os pombos. As aves encontram em Paranaguá um espaço perfeito para sobreviver: há alimento abundante (grãos e farelos), água à vontade e abrigos. Neste ano, a prefeitura de Paranaguá assinou termo com o Ministério Público tentando conter a praga. O objetivo é realizar o manejo adequado por um ano para evitar o abate da espécie. O porto, no entanto, não participa do termo. O superintendente Mario Lobo Filho diz desconhecer a assinatura, mas promete auxiliar a prefeitura. Até o Hospital Regional sofre com os problemas decorrentes dos animais, pois os pombos amanhecem sobre a instituição. A solução, entretanto, é mais simples do que outras questões, como o vazamento de óleo do terminal de álcool e a presença de indústrias que usam perigosos elementos químicos perigosos, como fertilizantes e ácidos.

A Promotoria do Meio Am­­­­bien­­­­te do Ministério Público, em Para­­­naguá, reconhece a importância do porto para o município, mas entende que a instalação de indústrias potencialmente poluidoras coloca a população e a natureza em risco. "Estamos no meio de um problema sem solução", diz Re­­­­na­­­to Francisco da Silva, da Associação de Moradores da Vila Becker. "O álcool já vazou algumas vezes. Nós estamos lutando para que o terminal não seja instalado", relata.

Apesar dos perigos inerentes à atividade, os estímulos financeiros recebidos pela cidade são menores do que a cidade que deve receber a Sistema Integrado de Processamento e Aproveitamento de Resíduos (Sipar) – indústria do lixo, em licitação para Curitiba e região metropolitana. Hoje, Paranaguá recebe cerca de R$ 250 mil por mês, enquanto a localidade que abrigará a indústria deve receber em torno de R$ 400 mil.

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