Curitiba Os partidos pequenos têm um papel relevante, mas proporcional ao seu tamanho, nas nações com sistema parlamentarista. Já nas presidencialistas, como é o caso do Brasil, existem diferentes formas de enquadramento.
O melhor país com o qual o Brasil poderia se comparar é com os Estados Unidos, mesmo assim a distância. Outros países presidencialistas convivem com circunstâncias muito diversas, como é o caso da China, que tem um único partido comunista, ou a Rússia, com apenas uma década de adaptação após o fim da União Soviética.
Nos EUA, a criação de partidos é livre, mas a arena política é dominada praticamente por dois partidos políticos, o Republicano e o Democrata. Isso acontece porque as leis dificultam a ascensão das legendas pequenas. "A forma como funcionam as eleições, torna o sistema bastante fechado e de difícil participação dos pequenos partidos", explica Juliano da Silva Cortinhas, especialista em política externa norte-americana, da Fa-culdades Curitiba (FIC).
Este funcionamento não está isento de dificuldades éticas e de representação. Nas eleições presidenciais de 2000, por exemplo, o candidato republicano George Bush venceu o democrata Al Gore por cinco votos do colégio eleitoral norte-americano formado por representantes escolhidos nos estados, mesmo tendo 500 mil votos a menos no voto popular. "Eles preservam a concepção criada no século XIX, quando se temia que pudesse vir um popular qualquer e destruir uma série de valores consolidados. Por isso, é muito mais difícil surgir um candidato independente", diz Cortinhas.
De acordo com o especialista, existem alguns grupos de pressão que buscam implantar o sistema direto nos EUA, o que está longe de se concretizar. A forma como os grandes grupos se mantêm no poder, talvez seja a maior semelhança com o Brasil. "Os eleitos são aqueles que conseguem mais verbas financeiras e acabam por agir de acordo com os interesses das doações de campanha", afirma.
Na opinião de Cortinhas, o sistema nos EUA é antiquado, já que a democracia direta é sempre mais legítima. Por isso, voltando ao Brasil, tende a não concordar com medidas drásticas para o fim de legendas minúsculas. "Considero que a cláusula de barreira não é a melhor forma de corrigir problemas com pequenos partidos, há outras formas", avalia.
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