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Atual sede da RPCTV: torre de 98 metros vai ganhar iluminação especial | Rubens Vandressen
Atual sede da RPCTV: torre de 98 metros vai ganhar iluminação especial| Foto: Rubens Vandressen

Torre iluminada e jornalismo regional

A contagem regressiva para os 50 anos da RPCTV, a serem co­­memorados no dia 29 de outubro de 2010, começa na próxima quinta-feira. À noite, a torre de transmissão, de 98 metros, instalada na sede da tevê em Curitiba, no bairro Mer­cês, será reinaugurada com uma iluminação especial.

Leia a matéria completa

  • O antigo canal 12 ficava em um galpão reformado na Rua Emiliano Perneta. Até avião entrou no estúdio
  • Um dos primeiros cinegrafistas foi Claiton Pedro Foggiatto
  • Estúdio com lâmpadas que superaqueciam o local: tudo de improviso
  • A nova redação da RPCTV
  • Vandelino: 38 anos de casa
  • Veja histórias divertidas dos bastidores
  • Conheça um pouco da história da RPCTV

Às 19 horas do dia 29 de outubro de 1960, uma câmera de vídeo posicionada no pequeno estúdio do Edifício Tijucas, no Centro de Curitiba, marca o momento histórico da televisão no Paraná: foi ao ar o primeiro programa televisivo feito no estado. As pessoas deveriam sintonizar o canal 12, na TV Paranaense, atualmente chamada de RPCTV. Eram cerca de 300 aparelhos em toda a cidade, mas logo depois da transmissão inicial a população correu nas lojas para ter o seu televisor.

O Paraná foi o quarto estado do Brasil – depois de São Paulo, Rio de Janeiro e Minas Gerais – a fazer a transmissão. Os experimentos começaram por volta de 1954, mas todos em circuito fechado. Somente em 1960, o empresário Nagibe Chede conseguiu a concessão do canal 12. A partir daí, a população do Paraná passou a se entreter na frente da telinha.

O arcebispo de Curitiba abençoou a primeira transmissão e, depois, o proprietário e as autoridades locais fizeram seus discursos. A imagem em preto e branco não atrapalhava em nada a curiosidade dos paranaenses em saber como funcionava o tal aparelho que já estava em diversos lugares do mundo. A programação começava às 18 horas e terminava às 23 horas. "O seriado que passou no dia da inauguração se chamava Susie, Minha Secretária Favorita. O acontecimento monopolizou a atenção dos curitibanos que acompanharam na casa de amigos, nas vitrines das lojas e nos clubes", afirma o comunicador Renato Mazâ­nek, um dos primeiros funcionários da televisão e autor do livro Ao Vivo e Sem Cores.

Um dos primeiros cinegrafistas da antiga TV Paranaense, Claiton Pedro Foggiatto, lembra que a televisão mexia com a fantasia das pessoas, mesmo que, na época, estivesse apenas nascendo e apresentasse diversas programações de improviso. "Comecei a trabalhar lá com cerca de 13 anos. Fazíamos de tudo, era uma boa escola", conta.

Além de ser a pioneira no Pa­­raná, a RPCTV foi a que começou a trabalhar inicialmente com o vi­­deoteipe, o que fez com que os programas pudessem ser gravados. Atualmente, continua sendo precursora: no ano passado, apresentou à população paranaense as primeiras transmissões digitais. "Também somos os primeiros a ter um sistema interno totalmente digitalizado, em que as imagens passam a ser dados e não fitas", explica o diretor de jornalismo, Wilson Serra. Para comemorar os 49 anos de existência, na próxima quinta-feira a RPCTV dá cara nova para a torre de transmissão, com uma iluminação especial (veja mais nesta página).

Curiosidades

Quando o advogado Francisco Cunha Pereira Filho comprou a televisão, por volta de 1970, Van­delino Gonçalves foi contratado para trabalhar no local. Hoje ele é um dos funcionários mais antigos – tem 38 anos de casa – e já fez de tudo e mais um pouco. Foi operador de microfone, câmera, produtor, coordenador e hoje é diretor de programação e produção. "Até pintar a torre eu já pintei. Brinco com o pessoal que aqui não deveria haver salário, porque é mais diversão do que trabalho. Sempre digo às pessoas que elas precisam fazer o que gostam", afirma.

Para Vandelino, um dos programas antigos que mais fizeram sucesso foi o de luta livre, que tinha nomes engraçados de lutadores como Bala de Prata, Joia Psicodélica e Mr. Argentina. "Eles lutavam de verdade no estúdio. Jogavam, um no outro, qualquer objeto que vinha pela frente. Uma vez, a água usada na luta foi parar na lâmpada que estava quente. Foi um estouro só", conta.

A programação, apesar de demorar para se tornar 24 horas, era bastante variada para a época: tinha telenovela, teleteatro, shows musicais e noticiário. Até artistas conhecidos na esfera nacional vinham a Curitiba para aparecer na antiga TV Paranaense: eles literalmente sentavam à mesa e jantavam enquanto uma câmera registrava tudo no pequeno estúdio do Edifício Tijucas.

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