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 | Hugo Harada/ Gazeta do Povo
| Foto: Hugo Harada/ Gazeta do Povo

O jornalista e tradutor Eduardo Bueno, natural de Porto Alegre, conseguiu a façanha de vender mais de 1 milhão de livros no Brasil. É um dos escritores que mais teve títulos que tratam sobre a História do país vendidos. Aos 55 anos, o autor mostra-se completamente confortável em aliar a narrativa jornalística à pesquisa histórica. Tornou-se um dos historiadores "pop" mais consumidos. Bueno começou na profissão aos 17 anos como repórter do jornal Zero Hora. Foi aí que nasceu o apelido de "Peninha", inspirado no personagem homônimo, do jornal Patada, da Disney. Além de escrever sobre história, traduziu On the Road, de Jack Kerouac.

Nos seus livros, você mantém a narrativa jornalística. História e jornalismo formam um diálogo possível?

Acredito que formam um diálogo perfeitamente possível, mas com propósitos e até ferramentas diferentes. No meu caso, eu estava muito consciente quando fiz essa fusão. Na verdade, tudo aconteceu devido ao jornalismo.

Como assim?

O livro Brasil: Uma História é fruto direto do meu trabalho no jornal. Estava escrevendo fascículos sobre a história do Brasil para um especial do jornal Zero Hora. Mas antes do Zero Hora publicar, o material foi vendido e publicado na Folha de S. Paulo em formato de fascículos colecionáveis. Desde o início era um produto jornalístico contando a história do Brasil, com uma linguagem mais fácil e acessível. Chegou às livrarias pela primeira vez em 2001.

Os livros de História do Brasil são satisfatórios?

Atualmente, temos basicamente dois tipos de livros. Os didáticos que são muito fracos e os acadêmicos. Nesses há livros muito bons, mas que não têm o viés popular, com uma linguagem mais complicada.

Nesse vácuo é que entram livros como os seus e os do Laurentino Gomes, por exemplo?

Sim. O objetivo é exatamente fazer com que a população leitora se interesse pela História do Brasil, com uma linguagem acessível. Nunca disse que sou historiador. O que eu faço é contar de forma jornalística a história do país. Se as pessoas querem se interessar mais sobre os assuntos podem buscar os livros citados nas referências bibliográficas.

Como você lida com as críticas sobre seus livros que partem do meio acadêmico?

Acredito que essa foi uma falsa polêmica criada. Como eu disse, eu estava consciente do que estava fazendo. Muitos professores me criticaram. Mas a partir do momento que os grandes historiadores do Brasil, como José Murilo de Carvalho, vieram em minha defesa, percebi que estava no caminho correto.

Qual é a principal mentira sobre o Brasil que está disseminada nos livros de história?

Que a história brasileira é mansa, pacífica e feita por grandes homens. Mentira! A história do Brasil é repleta de sangue, violência, revoltas, guerras e racismo.

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