Num dia de muito movimento, o zoológico chega a receber 12 mil pessoas. Um dia por semana é reservado para a manutenção e para a medicina preventiva. O passeio começa pela cozinha, onde são preparados quase 700 quilos de comida por dia. Logo aos fundos fica a área de isolamento, onde está, por exemplo, um macaco que brigou com os colegas no Passeio Público e foi rechaçado.
O local reservado também é a morada provisória do leão Rawell (ele foi furtado no interior de São Paulo e levado para Maringá, onde foi recuperado e transferido para o Zoológico de Curitiba em maio de 2014). Ele está numa jaula improvisada enquanto o espaço dos felinos é reformado. Ao ver os visitantes, subiu no tablado e, agindo como o personagem Alex, do filme Madagascar, ficou gesticulando, como se pedisse para ser admirado.
Numa outra área em separado no zoológico há um espaço destinado a buscar a reprodução de papagaios ameaçados de extinção. A bióloga Nancy Banevicius comenta que já houve sucesso com duas espécies, o do peito roxo e do Espírito Santo, e que o empenho está voltado para garantir a procriação do de cara roxa e do charão. Para não atrapalhar os casais, a área é proibida para o público.
Outros animais podem ser vistos pelos visitantes, mas não tão de perto como ocorreu no passeio guiado – que permitiu a entrada na casa das girafas e chegar bem próximo dos hipopótamos (que têm cara de mansinhos, mas podem machucar quem fica ao alcance daquelas bocarras. Atualmente, o macho Dino está separado das fêmeas Penélope, Charlene e Glória – não está nos planos da administração do zoo ter mais filhotes gigantes.
Um dos mais dóceis moradores do lugar é Bob, um chimpanzé resgatado de um circo. No espaço reservado para a alimentação, ele ganhou uma garrafinha com chá e leite. Rapidamente, abriu a tampa e tomou em poucos goles. Depois devolveu o “lixo”. Entre aqueles que é possível contar, são 1,3 mil animais no zoológico– boa parte é resultado de apreensões do Ibama. Esses bichos teriam dificuldades de serem readaptados na natureza.
É bastante trabalho para profissionais como o médico veterinário Marcelo Bonat. Ele sonhava em atuar em um zoológico antes mesmo de entrar no curso na UFPR e há 12 anos cuida da saúde dos animais do local.
Para manter o zoo, a prefeitura gasta mensalmente cerca de R$ 120 mil em compras, como comida, e mais um contrato de manutenção e pequenas reformas, que é de R$ 36 mil ao mês. Além disso, 50 funcionários trabalham no local. O espaço é um dos poucos de grande porte no país que não cobram entrada do visitante.
Pandinha e Piekarski
Os nomes do casal de girafas do Zoológico de Curitiba são curiosos. Pandinha foi chamada assim porque a mãe se chamava Amandinha (e alguém achou que combinava). Ela é moradora do espaço desde que nasceu, há 27 anos. Já o macho veio da Polônia e ganhou o nome de Piekarski em homenagem a um jogador polonês que atuou no Atlético Paranaense na década de 90.
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