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O silêncio é fundamental ao ser humano. É um estado que permite a reflexão, o sossego, a discrição e a paz. Mas também possibilita a omissão e a escusa em revelar a verdade. Pode ser entendido ainda como consentimento de acusações feitas a quem decide não falar. Na política brasileira, o silêncio virou sinônimo de álibi.

Respaldados por liminares de ministros do Supremo Tribunal Federal (STF), os envolvidos no escândalo do caixa 2 e do mensalão passaram a protagonizar espetáculos deprimentes nas CPIs. "Não vou responder", "me resguardo do direito de permanecer calado", "nada a declarar". Essas são algumas das respostas dadas por investigados quando foram "pressionados contra o muro".

O auge do cinismo ocorreu ontem, durante o depoimento do publicitário e marqueteiro Duda Mendonça. O "mágico" da campanha eleitoral de 2002, conhecido como falador e emotivo, apaixonado por brigas de galo, deu um show de insolência e ridicularidade ao se negar a responder a qualquer pergunta.

O papel que Duda desempenhou ontem comprovou que os depoimentos feitos durante nove meses na CPI dos Correios, em sua grande maioria, foram inócuos. Demonstrou a falência do sistema de inquirir acusados de crimes e testemunhas. Ao silêncio como álibi se juntaram mentiras e ironias.

Para a sociedade, só resta a indignação e a certeza de que é preciso mudar a política brasileira.

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