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Depois de deixar as obras da catedral, Heinrich Henning adquiriu uma propriedade na área do Assunguy, próximo a Cerro Azul. Em 1893, mesmo ano em que a catedral foi inaugurada, eclodiu no país a Revolução Federalista, movimento que visava tirar Marechal Floriano da presidência. No fim do ano, tropas federalistas, vindas do Rio Grande do Sul, se aproximaram do Paraná. Vicente Machado, então presidente da província, apoiou o Marechal; cidades do Sul e do Litoral estavam dominadas pelos rebeldes. Em 1894, acoado, Vicente decidiu transferir o governo para a cidade de Castro e seguiu em comitiva pela estrada do Assunguy, assim como o padre Alberto Gonçalves (da matriz), que também estava na comitiva.

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Vicente Machado, ao saber o que Henning fizera, decidiu encomendar a morte do ex mestre-de-obras. Na região do Assungy, em Cerro Azul, vivia o Coronel Hermógenes de Araújo, amigo de Vicente, que contrata o matador Diamiro Furquim, salientando ao pistoleiro que trouxesse uma prova do serviço.

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Diamiro Furquim foi à propriedade de Henning e disse trazer uma intimação do governo da província para esclarecer a posse de um fuzil. Por esse motivo, o alemão teria de acompanhá-lo a Curitiba. Heinrich acabou indo com o desconhecido e no caminho foi morto com um tiro e, em seguida, decapitado.

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Na casa de Hermógenes, Vicente estava de visita. A cabeça foi entregue a Hermógenes como prova da tarefa cumprida. Conta-se que Vicente, ao vê-la, se aterrorizou e disse que ao pedir a cabeça do alemão esperava que fizessem algo discreto. Somente no ano seguinte, os Henning encontraram os restos do exímio mestre-de-obras. A cabeça, desaparecida, estaria enterrada no pátio da casa de Hermógenes.

Ilustrações: Felipe Mayerle/Gazeta do Povo.

Fonte: A cruz do alemão, de Cid Deren Destefani.

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