A Ordem dos Advogados de Brasil (OAB) e o Ministério Público de São Paulo (MP-SP) tentarão reverter a redução de velocidades nas marginais Tietê e Pinheiros, na capital paulista, que começou a valer na segunda-feira (20). Nas pistas expressas dessas marginais, a máxima caiu de 90 km/h para 70 km/h e, nas pistas locais, a redução passou de 70 km/h para 50 km/h.

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Redução de velocidade nas marginais é experimental e pode ter mudança, diz prefeito

“A sociedade vai acompanhar e depois vai poder ou consolidar esta política ou eventualmente rever, se for o caso”, afirmou Fernando Haddad (PT)

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Com nova velocidade nas marginais, motorista freia para driblar radar

A mudança está sendo fiscalizada pelos 18 radares fixos existentes nessas vias – um aparelho a cada 2,4 km na Tietê e um a cada 2,8 km na Pinheiros

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O MP-SP instaurou inquérito civil questionando se foram feitos estudos para a fixação da velocidade máxima adequada nas marginais, sobre os acidentes de trânsito e os congestionamentos. A Promotoria de Justiça de Habitação e Urbanismo expediu ofício, na quarta-feira (16), à Secretaria Municipal de Transportes, que tem prazo de 15 dias para responder.

Na quarta-feira (22), o promotor de Justiça Marcus Vinícius Monteiro dos Santos reúne-se com representantes da Companhia de Engenharia de Tráfego (CET) para que também prestem esclarecimentos.

A OAB de São Paulo informou que vai mover Ação Civil Pública na Justiça, com pedido de liminar, contra a medida. A entidade argumenta que a redução drástica nas velocidades, apesar de permitido pela legislação, contraria o Código de Trânsito Brasileiro por ferir a condição operacional de trânsito das vias rápidas.

“O sistema viário adota a proporcionalidade de velocidades. Se nas rodovias a máxima permitida é de 120 km/h e essas vias desembocam nas marginais, que são de trânsito rápido, a velocidade deve ser reduzida para até 80 km/h, permitindo fluidez e escoamento no sistema viário e evitando represamento, lentidão e engarrafamentos”, disse o presidente da Comissão de Direito Viário da OAB, Maurício Januzzi.

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Segundo a OAB, a população deveria ter sido consultada sobre a mudança e a medida deveria ter sido aplicada gradativamente, com ampla divulgação na mídia, instalação de faixas e sinalização alertando os motoristas. A entidade defende que outras medidas sejam adotadas, como campanhas de instrução para motoristas e pedestres, construção de passarelas e sincronização de sinais.

Outras questões levantadas foram o problema da segurança, já que a redução da velocidade aumenta os riscos de assaltos para os motoristas, e o aumento da poluição do ar. Quanto aos pedestres que cruzam essas vias, a entidade argumenta que é preciso dar assistência, sobretudo aos dependentes de drogas, para que sejam tirados dessa situação de risco, à beira das marginais.

A assessoria de imprensa da Companhia de Engenharia de Tráfego (CET) informou que deve se pronunciar ainda hoje sobre o assunto.