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Rio – Sob o impacto do escândalo da negociação do dossiê, o presidente da Ordem dos Advogados do Brasil (OAB), Roberto Busato, disse ontem que depois das eleições a entidade pode voltar a analisar um pedido de impeachment do presidente Luiz Inácio Lula da Silva. Em novembro passado, o Conselho da OAB rejeitou a proposta de pedido imediato de impeachment de Lula, apresentada por uma conselheira. Na ocasião a ordem apresentou uma notícia-crime à Procuradoria-Geral da República.

Para Busato, a "sucessão de escândalos" revela a "decomposição moral da República". Ele disse que, em novembro, a OAB considerou o momento "inadequado" para o pedido de impeachment, devido ao calendário eleitoral e à falta de credibilidade do Congresso. "Passados esses dois pressupostos, o Conselho poderá voltar a apreciar a matéria", disse o presidente da OAB. "O pedido agora seria um desserviço." Por enquanto, ele disse esperar que o Tribunal Superior Eleitoral tome as medidas adequadas contra os crimes cometidos no período eleitoral.

O presidente da OAB disse que o país vive em clima de "anormalidade" e falta de confiança nas instituições, o que poderia comprometer a democracia. Com a ressalva de que a democracia brasileira hoje é estável, ele comparou a situação do Brasil à Alemanha pré-nazista. "Algo de muito anormal existe. As instituições não estão respondendo aos anseios da sociedade", disse. "Esse estado de inconfiabilidade é um fermento para a desestabilização democrática. A falta de confiabilidade levou Hitler ao poder na Alemanha", acrescentou. Perguntado se estava comparando o Brasil atual à Alemanha pré-nazista, Busato confirmou. "Comparo nesse aspecto de anormalidade."

Em seguida, mencionou uma frase atribuída a Lula, que teria comentado em um jantar com empresários a hipótese de fechar o Congresso, o que é negado pelo governo.

"A afirmação de Lula, de que não brincassem com ele senão viria um espírito de demônio sobre ele e fecharia o Congresso, isso é um escárnio com o Estado democrático de direito." Busato elogiou o Ministério Público, mas cobrou a inexistência de denúncia contra Marcos Valério, a quem chamou de "PC Farias da malandragem".

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