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Representantes e inscritos na seção do Paraná da Ordem dos Advogados do Brasil (OAB) reuniram-se ontem, em frente ao Fórum Cível de Curitiba, para um ato público de desagravo. A intenção foi chamar a atenção de autoridades e da sociedade em geral para situações de ofensa e desrespeito sofridas por advogados durante o exercício da profissão.

Juízes, promotores, procuradores, delegados e policiais são, segundo os advogados presentes no ato, as autoridades que, com maior freqüência, desrespeitam o poder e o trabalho da classe. "Me senti ofendido por um procurador durante uma audiência. Ele disse aos meus clientes que deveriam procurar outro representante, pois eu não estaria habilitado. Tudo porque contestei para que os depoimentos fossem transcritos na íntegra", conta o advogado Frederico Kilian, que notificou o caso à Procuradoria do Estado.

"Durante uma ação de defesa, fui desrespeitado por um delegado federal perante meus clientes. Ele extrapolou suas funções", relata o presidente da OAB Curitiba, Marluz Oliveira. Ele moveu uma ação de representação contra o delegado na Corregedoria da Polícia Federal.

De acordo com o presidente da Associação Brasileira de Advogados Criminalistas, Elias Assad, quando um advogado erra, a OAB o pune. Assim, o ato de ontem é importante para provar que quando um advogado age certo, ou é desrespeitado em sua função, também tem seus direitos assegurados pela ordem. "É preciso que haja maior observância da ética, da educação e do respeito para com os defensores do direito", defende.

Todos os processos de desagravo, lidos um a um em frente ao Forúm Cível, foram analisados por conselhos internos da OAB e julgados favoráveis aos advogados. "A intenção é demonstrar solidariedade aos colegas e buscar mais respeito das autoridades para aquele que é o outro lado do cidadão, aquele que defende o direito e é o representante da Constituição", diz o vice-presidente da Ordem no estado, Dirceu Galdino Cartin.

A manifestação teve o apoio do Sindicato dos Advogados do Paraná e de várias associações da classe. O Ministério Público, por meio do assessor da Procuradoria Geral de Justiça, Paulo Kessler, afirmou que entende o ato como uma manifestação legítima. "Eles defendem prerrogativas legais e manifestam sua indignação a atos que representam ofensa ao exercício da democracia, essencial ao estado democrático de direito", declara Kessler.

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