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A proporção de crianças obesas entre os alunos matriculados nas escolas municipais de Curitiba cresceu 57,7% em apenas dez anos, enquanto a proporção de alunos desnutridos caiu 20% no mesmo período. Os dados são de uma pesquisa da Secretaria Municipal da Educação, que vem sendo realizada desde 1996 a partir da pesagem e da medição de altura dos estudantes da rede municipal.

De acordo com o levantamento, há dez anos 5,13% dos alunos matriculados em escolas municipais estavam acima do peso e 7,21% eram desnutridos. Hoje, o porcentual de obesidade infantil é de 8,09%, ultrapassando o de desnutrição, 5,77%. A rede municipal de educação tem atualmente 102 mil crianças matriculadas – o que significa que cerca de 8 mil são obesas e 6 mil estão desnutridas.

A nutricionista Sirlei Valaski, da Secretaria Municipal da Educação, explica que os dados obtidos nas escolas municipais acompanham uma tendência mundial, de diminuição da falta de comida e de crescimento da oferta de alimentos não-saudáveis. "As pessoas têm consumido mais alimentos industrializados [biscoitos, refrigerantes, salgadinhos] e estão praticando menos atividade física", diz Sirlei. Segundo ela, um dado interessante da pesquisa é que as escolas localizadas em regiões onde a população é mais abastada têm um porcentual maior de crianças gordinhas. Isso significa que a disponibilidade de alimento nem sempre significa uma nutrição saudável. Diversas enfermidades – como hipertensão, diabetes, enfermidades cardiovasculares – estão relacionadas à obesidade.

Para reverter a tendência de aumento do sobrepeso infantil, o prefeito Beto Richa lançou ontem o Projeto de Educação Nutricional para Unidades da Rede de Ensino de Curitiba. Uma série de ações educativas será deflagrada nas 168 escolas e nas 152 creches municipais, diz a secretária municipal da Educação, Eleonora Fruet. O objetivo do programa é capacitar os profissionais da rede de ensino a promover a reeducação alimentar dos estudantes. Os pais também devem estar envolvidos por meio do projeto Comunidade Escola, que abre aos fins de semana as instituições de ensino, onde a população também poderá participar de atividades educativas. Parceiros da iniciativa privada e de faculdades de Nutrição também devem participar do programa.

A nutricionista Sirlei Valaski explica ainda que uma das principais ações do projeto será uma pesquisa mais específica sobre as práticas alimentares dos alunos das escolas municipais. Esse novo levantamento vai mostrar com mais precisão como as crianças se alimentam e se têm carência de algum nutriente. Com base nos resultados, será possível desenvolver ações para melhor atender as necessidades nutricionais dos estudantes da rede municipal.

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