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“Eles [os moradores que seriam beneficiados com a obra] vivem dentro de um buraco, na encosta de um morro. A própria prefeitura considera as construções ilegais e de risco, mas não faz nada para reverter a situação”, Reinaldo Domingues da Silva, aposentado de 48 anos, que considera o atraso um descaso da prefeitura de Curitiba | Ivonaldo Alexandre / Gazeta do Povo
“Eles [os moradores que seriam beneficiados com a obra] vivem dentro de um buraco, na encosta de um morro. A própria prefeitura considera as construções ilegais e de risco, mas não faz nada para reverter a situação”, Reinaldo Domingues da Silva, aposentado de 48 anos, que considera o atraso um descaso da prefeitura de Curitiba| Foto: Ivonaldo Alexandre / Gazeta do Povo

Moradores do bairro Cachoeira, na divisa entre Curitiba e Almirante Tamandaré, estão revoltados com a situação do conjunto habitacional Maringá, localizado no fim da Rua David Bod­ziak. De acordo com o aposentado Reinaldo Domingues da Silva, 48 anos, as obras das 156 casas começaram há mais de um ano, mas apenas quatro unidades foram construídas. A construção do conjunto é de responsabilidade da Companhia de Habitação Popular (Cohab) de Curitiba.

Segundo o motorista de ônibus José Carlos Ribeiro, 40 anos, o atraso não é o único problema. Além das quatro residências, materiais de construção, como tijolos e telhas, foram abandonados no terreno. "Sem qualquer segurança, os vândalos tomaram conta. Os tijolos foram roubados, as telhas foram destruídas. Até a placa de anúncio da obra foi arrancada", afirma.

Para Reinaldo, o atraso é um descaso da prefeitura, principalmente com as 30 famílias que moram em um terreno ao lado do futuro conjunto. "Eles vivem dentro de um buraco, na encosta de um morro. Convivem diariamente com o risco de desabamento. São casas de madeira, frágeis. A própria prefeitura considera as construções ilegais e de risco, mas não faz nada para reverter a situação", diz.

Maicon Roberto, 23 anos, é um dos vizinhos do conjunto e mora em uma casa de madeira na encosta do morro. "Eu já me cadastrei há muito tempo na lista da Cohab e até agora não recebi nada. É desanimador. A prefeitura prometeu em 2008 que iria tirar todo mundo daqui, dar uma casa digna, mas era tudo mentira", reclama. Do­­mingues, Ribeiro e Roberto procuraram várias vezes a Cohab e teriam ouvido que a chuva atrapalhou o cronograma das obras.

Resposta

O diretor presidente da Cohab, João Elias de Oliveira, diz que o atraso aconteceu por causa de uma pequena reformulação no projeto original e das chuvas. Segundo Oliveira, a Cohab não previa um terreno tão defeituoso. Mesmo assim, o diretor afirma que a construção está dentro do prazo. "Toda obra de habitação passa por três fases: a terraplanagem, a infraestrutura e a construção das casas. Estamos na fase de terraplanagem, mas o tempo não tem colaborado. Para cada dia de chuva, precisamos de três de sol para trabalhar", justifica.

De acordo com o diretor, as quatro unidades já construídas foram feitas para mostrar às famílias beneficiadas como serão as casas. "Elas serviriam de modelos para os novos moradores, mas infelizmente o vandalismo acabou com elas. Durante a fase de construção, elas serão reconstruídas", promete.

Em relação às famílias vizinhas ao terreno, Oliveira diz que a Cohab estuda uma maneira de assentá-las no conjunto Maringá. "A princípio, elas serão assentadas em outro lugar, mas estudamos a possibilidade de transferi-las para lá. Não posso especificar uma data, mas acredito que daqui a seis ou sete meses poderemos retirá-los."

O conjunto Maringá deverá ficar pronto no primeiro semestre de 2011. Nele serão assentadas 156 famílias da Vila Três Pinheiros, em Santa Felicidade, e da Vila Nori, no Pilarzinho. A ordem de serviço foi assinada em março do ano passado. O custo total da obra é de R$ 4,3 milhões.

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