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Investigação

Ofício do IML vai apontar se jovem caiu ou foi agredido em bar de Curitiba

Delegado aguarda resposta do médico do instituto para concluir o caso, ocorrido em maio no James Bar. A vítima teve a perna amputada dias depois de sofrer uma queda na saída da casa noturna

A Polícia Civil aguarda um ofício de resposta do Instituto Médico-Legal (IML) para concluir o inquérito que apura o caso do jovem Guilherme Köerich, que teve a perna amputada após sofrer uma queda na saída do James Bar, em Curitiba, em maio deste ano. Segundo o delegado Rogério Martin de Castro, do 3º Distrito Policial (DP), o médico do instituto deve apontar se os ferimentos sofridos pelo rapaz foram provocados pela queda ou se ele pode ter sido agredido pelo segurança da casa.

"Há uma controvérsia em relação ao período que antecedeu a queda, depois que o jovem saiu do bar. Então, sem dúvida, o posicionamento do médico será decisivo para a conclusão do inquérito", afirmou Castro.

O delegado enviou ao IML um ofício com duas questões: se as lesões que Koerich apresentou na perna esquerda podem ter sido causadas por um golpe (um chute, por exemplo); e se uma simples queda poderia produzir o mesmo tipo de ferimento.

A polícia também encaminhou ao instituto depoimentos do jovem e do segurança (que apresentaram versões divergentes) e todos os laudos médicos, desde que o rapaz foi atendido pela primeira vez pelo Siate até quando recebeu alta do Hospital Evangélico, onde ficou internado. Se ficar comprovado que Koerich foi agredido pelo segurança, o suspeito será indiciado por lesão corporal gravíssima.

Não há um prazo para que o IML envie ofício com as respostas, mas o delegado estima que o caso deva ser encerrado em 30 dias. Neste meio-tempo, Castro deve ouvir também dois policiais militares que atenderam a ocorrência. "Mas esses depoimentos serão mera formalidade, porque quando os policiais chegaram, o rapaz já estava sendo atendido dentro da ambulância do Siate", observou o delegado.

O advogado do James, Edward Carvalho, disse que o bar prefere esperar a conclusão dos inquéritos. Entretanto, a casa continua defendendo a tese de acidente. "Várias testemunhas presenciaram e contaram à polícia que o menino tropeçou", disse.

Por sua vez, o advogado da família de Koerich, Édison Rangel Júnior, acredita que o inquérito vá ser concluído com o indiciamento do segurança da casa noturna. "O laudo do IML já apontou que foi uma ação contundente. Ou seja, que foi uma agressão", observou.

Versões

Ao longo dos últimos cinco meses e meio, a polícia ouviu cerca de 25 pessoas. Segundo o delegado, todos que tiveram contato direto com Koerich nos instantes que antecederam a queda foram localizados e prestaram depoimento. Também foram analisadas imagens de câmeras de segurança do bar e de estabelecimentos vizinhos.

No início da madrugada de 6 de maio, Koerich entregou sua comanda ao segurança e deixou o bar. Ao perceber que o papel não continha o carimbo do caixa, o funcionário da casa foi atrás do jovem. A partir deste instante, há duas versões.

Koerich afirmou que foi perseguido pelo segurança e que levou um golpe – possivelmente um chute – na altura do joelho esquerdo e caiu. O agente teria caído sobre o rapaz. O jovem chegou a ser levado novamente para dentro do bar, onde aguardou a chegada do Siate. No dia 12 de maio, o rapaz teve a a perna esquerda amputada em decorrência dos ferimentos.

Segundo a versão do bar, o funcionário perseguiu o Koerich para trazê-lo de volta à casa. Entretanto, o rapaz teria tropeçado no meio-fio e caído. O segurança que vinha logo atrás teria esbarrado no jovem e caído sobre ele.

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