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A concessionária Autopista Litoral Sul, do grupo espanhol OHL, responsável pela gestão da BR-376 e da BR-101 entre o Paraná e Santa Catarina, contesta a análise realizada pela empresa Pamcary que aponta risco na localização da praça de pedágio construída em Garuva. Uma avaliação apresentada pela OHL nesta semana diz que as recomendações apresentadas no estudo da Pamcary "são redundantes com as regras e regulamentos de trânsito". Ou seja, a empresa acredita que, apenas seguindo as normas de trânsito brasileiras, o motorista estará seguro na rodovia, sem risco de acidentes.

Consultor de engenharia de segurança rodoviária e responsável pela avaliação da OHL, o engenheiro Newton Gava diz que seu objetivo foi trazer uma visão técnica à discussão. Ele argumenta que realmente os caminhões podem perder eficiência no sistema de frenagem quando o freio-motor não é adequadamente utilizado. Isso pode ocorrer na serra da BR-376, mas não significa que os veículos fiquem totalmente sem freio.

Na avaliação da OHL, mesmo quando o sistema de freio fica parcialmente comprometido, o problema se manifesta no caso das frenagens de emergência, ou seja, em função de obstáculos ou situações inesperadas para o motorista. Como o trecho será bem sinalizado, Gava garante que os motoristas de caminhões terão tempo suficiente para frear.

Outra observação de Gava é que durante todo o percurso há segmentos que podem ajudar a refrescar o sistema de frenagem, como subidas. Ele diz que há outros municípios no Brasil que possuem praças em locais semelhantes e não houve registro de situações graves.

O engenheiro também argumenta que, se um caminhão estiver em más condições de manutenção, com excesso de peso e um motorista inexperiente, um eventual acidente tem mais chances de ocorrer antes mesmo de chegar ao local de cobrança. Sobre o fato de a praça estar perto de uma curva, o engenheiro rebate afirmando que há um trecho de aclive que antecede o local e que o início da praça estará em um trecho com visibilidade. A construção também dimensionou o grande movimento em vésperas de feriado e estará preparada para o crescimento da frota nos próximos 25 anos, segundo ele.

O diretor-regional da Associação Brasileira de Concessionárias de Rodovias (ABCR), João Chiminazzo Neto, diz que o estudo sobre a localização de implantação das praças de pedágio é feito pelo poder concedente. Nesse caso, a avaliação é da Agência Nacional de Transportes Terrestres (ANTT).

Chiminazzo nega que haja problemas com o local escolhido para a praça. "Todos os dispositivos de segurança possíveis são utilizados. A localização não oferece risco", diz. A ANTT informou por meio de sua assessoria de imprensa que está avaliando o caso, mas não soube informar como foi feita a análise do local porque o responsável por esta área estava viajando.

Avaliação

A Gazeta do Povo publicou na quinta-feira uma matéria sobre a análise de risco da praça de pedágio em Garuva feita pela empresa Pamcary. O estudo aponta que a proximidade da praça com a Serra do Mar poderá aumentar o risco de acidentes, já que pode causar dificuldade de frenagem em caminhões. Foram analisados pontos críticos, as condições da rodovia e potenciais riscos ao meio ambiente.

Há uma série de recomendações aos motoristas para que não dirijam no trecho durante a noite e, no caso de bitrens, que andem abaixo do limite de velocidade permitido por lei. A assessoria de imprensa da Pamcary disse que não vai comentar o assunto porque a avaliação é confidencial e só poderia ser divulgada com a autorização da empresa que encomendou o serviço.

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