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Oil Man, o personagem incorporado há nove anos pelo professor aposentado Nelson Rebello, 46 anos, não ficará mais a pé. Após ter roubada a Oil Bike 4 – a quarta bicicleta que utilizou desde quando criou a figura do sujeito de sunga e corpo besuntado em óleo bronzeador que pedala por Curitiba –, Rebello foi informado ontem que ganhará uma novinha.

A doação é da loja de fitness e roupas de banho Kas. Além da bicicleta, o Oil Man também receberá novas sungas com a marca da empresa estampada. Conforme explica o consultor da empresa, Sílvio Gusso, será fechado um contrato de patrocínio com Rebello. "A intenção é transformá-lo em garoto-propaganda da empresa", afirma. Gusso resolveu procurar o Oil Man após a irmã ler na Gazeta do Povo a notícia do assalto e dar a idéia da doação da bicicleta.

Rebello foi assaltado por três jovens armados na BR-116 no último dia 14, quando ia visitar uma ex-namorada no Jardim da Ordem, no Tatuquara. Além da Oil Bike 4, no valor de R$ 1,2 mil, os ladrões levaram o celular de Rebello de R$ 600.

Sobre a doação, Oil Man ficou feliz não só por ganhar uma nova bicicleta, a Oil Bike 5, mas também por poder se tornar garoto-propaganda, o que já estava em seus planos. Na reunião de hoje com Gusso, Rebello vai "à paisana". "Vai ser uma reunião de negócio, portanto, é bom ir bem vestido", diz. Vale ressaltar que, segundo o próprio Rebello, mesmo entrando no mundo dos negócios o Oil Man não vai mudar seu estilo de vida.

Convite ao assalto

O caso do Oil Man não é o único: andar de bicicleta sozinho pelas ruas e ciclovias de Curitiba é um "convite ao assalto", segundo ciclistas, treinadores e empresários do setor. "Todo mundo que anda de bicicleta regularmente já viu ou viveu uma situação semelhante à desse rapaz (Oil Man)", afirma Gestennberger Souza, guia de cicloturismo na cidade. Ele já foi alvo de um assalto quando andava de bicicleta na companhia de cerca de 15 companheiros. "Tinha passado um pouco do meio-dia e dois rapazes armados nos abordaram levando duas bicicletas", ressalta.

Há alguns meses, os ciclistas eram unânimes em apontar a saída de Curitiba para o litoral do estado, na BR-277, como ponto principal dos assaltos aos ciclistas. Hoje, segundo eles, os casos se espalham pela cidade. "Ciclovia, rua. Em tudo que é lugar tem assalto a ciclista", afirma José Américo Reis Vieira, proprietário da Bike Tour Cicloturismo.

Para o coordenador do velódromo do Jardim Botânico e técnico da seleção brasileira de ciclismo, Adir Romeo, a BR-277 viveu uma onda muito forte de ataques aos ciclistas. "Profissionais treinam com bicicletas equipadas e caras. Por isso viramos alvo", lembra.

Segundo ele, depois de uma reunião entre Polícia Militar, prefeitura de Curitiba e Confederação Paranaense de Ciclismo, foi feito um trabalho de prevenção a esse tipo de crime. Desde então, houve uma redução de aproximadamente 80% no número de assaltos na região.

A Polícia Civil e a Polícia Militar não têm dados específicos sobre as ocorrências que envolvem roubos de bicicletas na cidade.

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