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Deputado federal Dr. Aluísio verifica condições de armazenamento do óleo | Marcelo Carnaval/ Agência o Globo
Deputado federal Dr. Aluísio verifica condições de armazenamento do óleo| Foto: Marcelo Carnaval/ Agência o Globo

O petróleo que há 23 dias vaza na Bacia de Campos pode atingir o litoral do estado do Rio de Janeiro de uma maneira jamais imaginada pelos especialistas. Trazido do oceano em barcos, o óleo recolhido no mar foi depositado no galpão de uma firma na Baixada Fluminense. Parte dele escoou por ralos para valas de esgoto que acabam desaguando na já poluída Baía de Guanabara, na altura do município de Duque de Caxias, na Baixada Fluminense.

A Polícia Federal (PF) abriu inquérito para investigar mais um crime ambiental relacionado ao vazamento no Campo de Frade, explorado pela petroleira americana Chevron a 120 km do litoral norte do estado. As dependências da empresa Contecom, que foi subcontratada para armazenar a água oleosa (mistura de água salgada e petróleo), foram vistoriadas na noite de ontem por agentes federais. Uma funcionária já prestou depoimento e foi liberada.

Ainda não se sabe quanto petróleo escapou para os cursos d`água que seguem rumo aos rios Sarapuí, Iguaçu e Estrela, já totalmente poluídos. Até a Baía de Guanabara, o percurso mé­­dio entre a sede da empresa e o ponto em que os rios se encontram com os manguezais da baía é de 5 quilômetros.

Os registros da empresa apreendidos pela PF indicam que nos dias 21 e 22 o galpão recebeu dois carregamentos, que somavam 80 mil litros de água oleosa, enviados em caminhões pela Brasco Logística Offshore, empresa contratada pela Che­­vron para receber o óleo.

Instalada em Niterói (cidade na região metropolitana), a Brasco remeteu a carga, recebida no atracadouro da Ilha da Conceição, para a Contecom, que faria o tratamento da mistura.

O advogado da Contecom, Bruno Rodrigues, disse ontem que não houve vazamento do óleo armazenado na "piscina" do galpão. Ele negou que a água oleosa tenha escorrido pelos ralos. Segundo Rodri­­gues, a empresa não separaria água e petróleo. Seria tarefa, segundo ele, de uma outra empresa de Niterói. "A Conte­­com não trata o óleo, só armazena e repassa. Então, não houve vazamento, isso não existe. Estão falando muitas coisas com base em achismo. Não há prova pericial neste sentido", afirmou o advogado.

De acordo com os peritos da PF, o óleo vazou por pelo menos um buraco na barreira de contenção da "piscina", que estava visualmente lotada, apesar da capacidade anunciada ser de 90 mil litros. Ao ultrapassar a barreira, a mistura escorreu pelo pátio, em direção aos ralos. Dali atingiu as galerias pluviais e as redes clandestinas de esgotos.

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