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| Foto: Raul Santana/Fiocruz Imagens

A Organização Mundial da Saúde (OMS) alerta que cresce a resistência do mosquito Aedes aegypti contra inseticidas e pede que governos trabalhem contra o vetor da dengue, do zika e da chikungunya com controle do uso de produtos químicos.

“A resistência a inseticidas está se espalhando entre mosquitos”, indicou a OMS. “Para minimizar o impacto da resistência em programas de controle, decisões adequadas devem ser tomadas”, declarou a entidade em um novo estudo publicado nesta terça-feira (8).

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Segundo ela, muitos governos têm optado por inseticidas baratos e de impacto moderado para evitar gastos elevados. Mas o resultado pode ser o desenvolvimento de mosquitos mais resistentes e a necessidade de voltar a usar produtos químicos, desta vez mais caros e afetando a capacidade de governos de garantir uma cobertura do programa a toda a área que precisaria ser atingida.

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“O desenvolvimento de resistência leva a uma mudança a opções mais caras, comprometendo a cobertura”, indicou a OMS.

Para a entidade, o plano de ação de um combate ao vetor da dengue deve ser acompanhado por diferentes métodos. Um deles se refere à rotação de diferentes produtos, idealmente não repetindo o mesmo inseticida durante um intervalo de dois anos.

Se a área geográfica a ser controlada for grande, a OMS sugere que governos usem diferentes inseticidas em cada um dos bairros sob alvo de uma operação.

A OMS também pede que haja um controle de criadouros, ao mesmo tempo em que o inseticida seja usado. O uso de redes em casas, roupas adequadas e maior uso de repelente também é sugerido.

A entidade, porém, admite que a estratégia de diversificar os instrumentos contra o vetor é “de difícil implementação, especialmente com uma epidemia ganha força e quando é chave conter o surto”.

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O Instituto Butantã acusou o governo federal de não ter liberado “um só tostão” para o programa de pesquisas da entidade para desenvolver uma vacina contra o vírus zika e de não ter repassado recursos para a vacina contra a dengue. O instituto informou que o “Brasil corre o risco de ter de importar” a solução para o surto que afeta o País.

Em Genebra, o presidente do Instituto Butantã, Jorge Kalil, não mediu críticas. “É importante que o Brasil consiga trabalhar. Será uma vergonha se chegarmos até a OMS e tudo for resolvido pelos de fora. Mas continua a burocracia enorme para a liberação de verbas”, disse. “Pedimos R$ 30 milhões para fazer o programa contra o zika. O Ministério da Saúde autorizou R$ 8,5 milhões. Mas, desse total, não chegou nada”, acrescentou.

O Ministério da Saúde informou que, pelo contrato firmado no dia 22 de fevereiro, ficou acordado que 30% dos valores prometidos estarão disponíveis em até 30 dias, prazo que ainda não venceu. O ministério disse que investirá R$ 100 milhões na terceira fase do imunizante contra a dengue nos próximos dois anos, além de R$ 200 milhões, que serão repassados por outros órgãos. As informações são do jornal O Estado de S. Paulo.

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