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Uma combinação rara de fatores gerou imagens impressionantes no Litoral do Paraná na semana passada. Um vídeo divulgado no Facebook mostra o momento em que uma onda avança agressivamente e leva uma faixa de areia de Pontal do Sul, balneário de Pontal do Paraná. Não havia banhistas no local. Especialistas garantem que o fenômeno é incomum, mas que não é a primeira vez que ocorre no mesmo local.

“Naquela região, exatamente naquele ponto, já aconteceu em outras épocas. Temos registro disso acontecendo dez anos atrás”, lembra o especialista em engenharia oceânica Eduardo Gobbi, professor da Universidade Federal do Paraná (UFPR) no Litoral.

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De acordo com o professor, não há como saber exatamente o que gerou a onda “devastadora”, mas é possível apontar um conjunto de elementos que possa ser o responsável pelo fenômeno. Entre esses fatores estaria a variação do nível do mar em função da maré. Nas mudanças da fase quarto crescente para a quarto minguante da lua, o nível do mar avança cerca de 80 centímetros. Já entre as luas cheia e nova – que foi quando a onda foi registrada – a diferença entre o nível mínimo e máximo da maré chega a dois metros.

Outro ponto seriam as correntes geradas pela embocadura da Baía de Paranaguá, que liga Pontal do Paraná à Ilha do Mel. “Por causa dessa embocadura, se uma maré vaza muito forte, pode gerar atrás dela uma espécie de redemoinho, que é o que também deve ter acontecido ali”, explica o pesquisador, que acrescenta: “Mas não é só isso. Teve um efeito meteorológico que gerou movimentação adicional da baia”.

O diretor-geral da Secretaria Municipal de Recursos Naturais de Pontal do Paraná, Ricardo Aguiar, disse que a passagem de um ciclone extratropical (que provoca ventos fortes) pela região naqueles dias pode ajudar a explicar o fenômeno. Além disso, na opinião dele, modificações feitas no entorno nas últimas décadas, como a construção de marinas, piers e a própria dragagem do Canal da Galheta também podem ter ajudado a tornar este tipo de onda não tão raro de se ver.

“A gente sabe que as modificações do homem influenciam nisso. Agora, precisa de um estudo mais aprofundado para descobrir as causas exatas dessas ondas”, afirma o diretor. Segundo ele, o espaço é sinalizado pelo Corpo de Bombeiros como área de risco, portanto, não há muitos banhistas por ali. “Do mesmo jeito que tem acúmulo de areia, essa retirada de areia é muito rápida por essa onda. Em menos de uma hora esse buraco já está totalmente formado”.

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