• Carregando...

O governo do Rio de Janeiro decidiu trocar o comando da maioria dos batalhões da Polícia Militar (PM) na capital do estado. Foram substituídos ontem os comandantes de 12 batalhões e de cinco unidades de formação e de análise criminal.

As mudanças ocorrem após a onda de arrastões na cidade, apesar de a cúpula da segurança dizer que não há relação entre os fatos e que as mudanças eram previstas.

A cidade tem 21 batalhões – além de sete especiais, como o Bope, que atuam em todo o estado.

Entre os que tiveram mudanças está o 1.º, no Estácio (zona norte), responsável pela área do elevado Paulo de Frontin. Ali houve dois arrastões em menos de 12 horas: na noite de terça-feira e manhã de quarta.

Na tentativa de recuperar um carro roubado num desses ataques, policiais ocuparam quinta-feira à tarde a favela da Man­­gueira (zona norte). Houve troca de tiros e Matheus Peres Viana, 13, morador, morreu após ser baleado na barriga.

Outro batalhão que teve o comando trocado foi o 23.º, no Leblon (zona sul). Sob sua responsabilidade ficam os bairros de São Conrado – onde no fim de agosto homens armados mantiveram 35 reféns num hotel – e Joá – local de dois arrastões recentes.

O secretário de Segurança Pública, José Mariano Beltrame, informou, por meio da assessoria, que não iria comentar as mudanças de comando. A pasta diz que os arrastões são casos isolados.

Na tarde de ontem, porém, em outra nota, o comandante-geral da PM, coronel Mário Sérgio Duarte, disse que os novos comandantes foram orientados a se "debruçarem sobre os roubos a carros ocorridos nesta semana’’. A orientação é que haja "policiamento mais incisivo a esses roubos’’.

A nota informa ainda que na próxima semana haverá a formatura de 1,3 mil policiais.

A série de arrastões vem assustando o Rio. Em menos de 24 horas, foram três. Além dos dois no acesso ao elevado Paulo de Frontin, na saída do túnel Rebouças, quarta à noite houve um caso na Rua Mundo Novo, que liga os bairros de Laranjeiras e Botafogo (zona sul).

A proximidade entre as favelas e os locais onde ocorrem os arrastões é uma das razões apontadas por especialistas para que esse tipo de crime seja comum na capital carioca. "Facilita a investida e retirada rápidas’’, diz a professora Julita Lemgruber, da Universidade Cândido Mendes.

0 COMENTÁRIO(S)
Deixe sua opinião
Use este espaço apenas para a comunicação de erros

Máximo de 700 caracteres [0]