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Dois casos de execuções registrados no último fim de semana, no Boqueirão, em Curitiba, contribuíram para a ampliação do sentimento de insegurança entre os moradores do bairro. Em uma das ocorrências, três pessoas foram baleadas no rosto em um terreno (duas morreram). Em outra, um casal foi assassinado em via pública. Em ambos os casos, testemunhas relataram a participação de homens encapuzados em um automóvel Honda Civic.

O músico Cristiano Cesar Peichó, de 30 anos, morreu com um tiro no rosto, por volta das 23h40 de sábado (7), em um terreno situado à Rua Professor Nogueira dos Santos, no Boqueirão. Além dele, também foram baleados na face Rodrigo Martins de Oliveira, de 33 anos, e Luiz Cláudio Contello, de 30. Oliveira chegou a ser encaminhado ao Hospital do Trabalhador, mas não resistiu ao ferimento. Contello está em estado grave no Hospital Cajuru.

De acordo com informações da Polícia Militar (PM), o terreno era usado como ponto de consumo de drogas e as vítimas eram usuárias de crack. Moradores apontaram que dois homens encapuzados chegaram no local atirando e fugiram em um Honda Civic de cor escura.

Na Rua Paulo Setúbal, um casal também foi assassinado pelos indivíduos do carro escuro. Emerson Milício, de 35 anos, e Rosana Machado, de 31 anos, foram atingidos por vários disparos, próximo a casa em que moravam. De acordo com a Delegacia de Homicídios (DH), as investigações apontam que os dois usavam drogas.

Moradores do Boqueirão temem o que classificam ser uma onda de violência. De acordo com um morador que não quis se identificar, os encapuzados do Honda Civic são os responsáveis por outras execuções no bairro. As vítimas, segundo ele, são sempre usuários de droga. "Todo mundo por aqui fala na ação de um grupo de extermínio", disse.

Uma professora de ensino médio que também não se identificou era amiga do músico assassinado na noite de domingo. Segundo ela, o rapaz lutava contra o vício em crack, mas era uma pessoa benquista no bairro. A professora apontou que o músico devia R$ 40 a um traficante, mas ela não acredita que esta tenha sido a motivação do crime. "A violência está aumentando e não é de agora que se fala da atuação desses bandidos do Civic", apontou.

A DH não descarta a relação entre o caso do terreno e o assassinato do casal, mas refutou a existência de um grupo de extermínio que esteja atuando no Boqueirão. O superintendente da delegacia, José Carlos Machado, lembrou que os índices de homicídio daquele bairro não estão entre os maiores da capital e que não há nenhuma denúncia relacionada a uma organização criminosa voltada a eliminar usuários de drogas no Boqueirão.

"De qualquer maneira, todos os casos serão investigados e, inclusive, vamos apurar se há alguma relação entre os crimes ocorridos naquele bairro", disse o delegado.

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