O presidente da organização não-governamental Instituto Defesa, Lucas Silveira, que é a favor do projeto de Lei 3.722, criticou a política estabelecida pelo Estatuto do Desarmamento e ressaltou que a maior parte da população quer poder se defender de forma mais desburocratizada. “O referendo de 2005 mostrou que 60 milhões de pessoas disseram não ao desarmamento”, comentou.

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Silveira afirmou ainda houve um recorde de ligações favoráveis ao projeto no disque-câmara e que não foram poucas as audiências públicas que debateram o tema no Brasil inteiro. “O projeto bateu recorde de aprovação popular. A lei hoje prevê a licença em caráter excepcional, mas para mim excepcional é 0,5%, 1%, talvez pouco mais, mas não 0,02% da população como é hoje. Isso é restrição total”, argumentou.

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Para o presidente do Instituto Defesa, um dos maiores problemas do Estatuto vigente é a dificuldade imposta pela Polícia Federal (PF) emitir licenças de posse para as pessoas. “Quem não é amigo do rei não ganha”, afirmou.

Segundo Silveira, o fim da discricionariedade para o delegado federal é fundamental para melhorar o sistema. Hoje as licenças dependem de uma avaliação do delegado responsável nas unidades da PF. Além disso, Silveira lembrou o impacto causado à economia pela restrição da legislação atual. “90% do comércio de armas foi reduzido”, disse.

O especialista considerou que os argumentos dos defensores do atual estatuto esbarram em um aspecto prático das pesquisas que relacionam o porte e posse legal de arma de fogo com assassinatos.

“Eles confundem a relação entre causalidade dos homicídios com o porte legal”, explicou. Silveira ressalta que não há pesquisas que apontem que os assassinatos possuem relação específica com o número de pessoas que se armam legalmente. Ele destacou que onde há mais armas permitidas e regularizadas há menos crimes. Silveira acrescentou ainda que independente da lei, é a intenção da pessoa em cometer crime que possibilita o uso ilegal das armas.

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A reportagem tentou falar com o deputado autor do projeto 3.722/2012 sem sucesso. Também foram procurados os deputados federais João Rodrigues (PSC-SC) e Fernando Francischini (SOL-PR), mas não foram localizados.