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O trecho de floresta que está sendo devastado tinha indicação para se transformar em uma unidade de conservação ambiental. Em 2000, levantamento do Ministério do Meio Ambiente indicou que se tratava de área de extrema relevância biológica e prioritária para a preservação. Além dos remanescentes florestais, a área também é rica em vestígios antropológicos, como pinturas rupestres e restos de cerâmica, e está em território indígena.

Para o coordenador de mobilização da Fundação SOS Mata Atlântica, Mario Mantovani, algumas medidas técnicas podiam ter sido tomadas para minimizar o impacto ambiental, como reduzir o tamanho do reservatório. Ele avalia que o licenciamento foi precipitado e espera que ações como coleta de sementes e avaliação de espécies endêmicas (que só existem no local) estejam sendo levadas a sério.

Biólogo e presidente da ONG Liga Ambiental, Tom Grando destaca que a área de margem do Tibagi é o único trecho de transição entre floresta de araucária e de perobas, combinação que deixará de existir. Tatava-se de um tipo de composição florestal que não estava protegido por nenhum tipo de parque ou unidade de conservação. Grando explica que a conservação de áreas contínuas é essencial para grandes mamíferos, como pumas e onças, que precisam de longos trechos de extensão para sobreviver, além de ser uma garantia de diversidade genética.

Mesmo reconhecendo a relevância da área que está sendo derrubada, o presidente do IAP, Luiz Tarcísio Mossato Pinto, enfatiza que a usina é um empreendimento de utilidade pública. Ao custo de R$ 1,2 bilhão, ela deve gerar energia suficiente para 1 milhão de pessoas, mas será destinada basicamente para grandes empresas, a preços mais baixos. A produção deve começar em dezembro, um ano após a previsão inicial.

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