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Com três meses de atraso, o Conselho Estadual do Meio Ambiente (Cema) reuniu-se ontem pela primeira vez em 2007. Ao final do encontro, representantes de organizações não-governamentais (ONGs) mantiveram o discurso áspero contra a forma como as discussões têm sido conduzidas dentro da entidade. "Não dá para continuar participando de um conselho que nitidamente está sendo desmanchado", afirma o coordenador da ONG Liga Ambiental, Tom Grando.

Segundo a representante da Associação de Proteção do Meio Ambiente de Cianorte (Apromac), Zuleica Nycz, as ONGs não têm o mesmo acesso às informações discutidas no Cema como os outros conselheiros. "Falta a democratização das informações. Essa configuração (do conselho) não serve para a sociedade. O regimento é péssimo", reclama. O Cema é formado por 22 conselheiros de diversos setores da sociedade (quatro de ONGs) e é presidido pelo secretário estadual do Meio Ambiente, Rasca Rodrigues.

Grando reclama que o conselho não tem aprovado as atas das reuniões conforme o regimento interno e questiona a existência de fitas que registram os encontros anteriores. "Vamos notificar a secretaria na próxima quarta-feira para que apresente em 72 horas as gravações das reuniões", diz. Rasca garante que as fitas existem. "No meu entender, essa não é uma questão construtiva. É pessoal." O secretário conta que demitiu duas secretárias no último mês por não terem degravado as últimas reuniões do conselho.

Para reestruturar o Cema e traçar novas diretrizes de trabalho, o secretário convocou os conselheiros para uma reunião extraordinária no final de agosto. "Devemos ampliar o número de participantes e o Cema terá uma dinâmica muito mais própria daqui para frente", afirma Rasca. "É preciso mais que uma nova dinâmica para o conselho, é necessária a efetiva participação democrática de todos os participantes", rebate Zuleica. "As ONGs não representam a sociedade. Elas representam uma parte importante na sociedade. Elas têm quatro assentos no Cema e têm de trabalhar no convencimento de suas idéias", considera o secretário.

Além da convocação para reestruturar o Cema, foram criadas ontem algumas câmaras temáticas para discutir assuntos como educação ambiental, a entrada de resíduos perigosos no Paraná e a conservação das florestas de araucárias.

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