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Implantação de novos ônibus inflou planilha de custos | Cesar Brustolin/SMCS
Implantação de novos ônibus inflou planilha de custos| Foto: Cesar Brustolin/SMCS

30 Hibridus

Fazem parte da frota de 2001 veículos que circula em Curitiba. São cinco linhas que utilizam os ônibus híbridos: Interbairros I, Detran/Vicente Machado, Juvevê/Água Verde, Jardim Mercês/Guanabara e Água Verde/Abranches.

Pela terceira vez no ano, a Urbanização de Curitiba S/A (Urbs) reajustou a tarifa técnica do transporte coletivo de Curitiba e região metropolitana. Desde 1.º de dezembro, o valor repassado às empresas de ônibus por passagem é de R$ 2,898, quase R$ 0,30 a mais do que a tarifa cobrada hoje aos passageiros – a maior diferença até então. A disparidade entre o custo do sistema e o que se arrecada por meio dos passageiros ocasiona um rombo mensal para a Urbs de R$ 7,6 milhões.

Segundo o ato que fixou a nova tarifa, o principal motivo para o reajuste são as mudanças nos contratos que instituíram o ônibus híbrido, que funciona com dois motores – um a diesel e outro de operação elétrica. O custo do sistema, porém, pode aumentar ainda mais em breve, com a negociação coletiva dos motoristas e cobradores, que acontece em fevereiro. Ano passado, o reajuste dos salários elevou a tarifa técnica em R$ 0,22.

O engenheiro e ex-diretor de Planejamento e Engenharia da Urbs João Carlos Cascaes considera como "criminoso" o fato do custo com a implantação dos ônibus híbridos ter sido acrescentado à planilha de gastos do sistema. "É preciso rever a política em relação ao transporte coletivo urbano. O metrô recebe investimentos, mas os ônibus são deixados de lado", diz.

Cascaes afirma que a prefeitura preferiu destacar o lado positivo dos novos veículos, mas "esqueceu" de apresentar as desvantagens. "Os ônibus são bonitos, mas a população acaba pagando a conta sem saber", reforça.

Subsídio

O rombo do transporte coletivo é amenizado em parte pelo subsídio mensal do governo do estado. O acordo feito entre a prefeitura e Coordenação da Região Metropolitana de Curitiba (Comec) garantiu R$ 64 milhões, em 12 parcelas, que, segundo o convênio, seguem até abril de 2013.

O coordenador da Comec, Rui Hara, acredita que os repasses atinjam o valor total já em março, por causa do convênio ter sido firmado no começo deste ano. A renovação do subsídio depende de uma negociação política entre o novo prefeito, Gustavo Fruet, e o governador, Beto Richa. Os dois já se encontraram pessoalmente para debater a questão, mas ainda não há qualquer garantia de que os repasses sejam mantidos.

Para Hara, é essencial para a região metropolitana que a tarifa seja mantida no patamar atual. "A tarifa também tem um lado social, por ser usada por trabalhadores. Para muitos, o ônibus é a única possibilidade de deslocamento entre uma cidade e outra", diz.

A Urbs foi procurada para comentar o reajuste, mas a pessoa responsável não estava disponível para entrevista até a próxima quarta-feira.

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